Com Estadão Conteúdo
O ex-ator Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, morreu neste domingo (6), aos 53 anos, em Minas Gerais.
Guilherme de Pádua, que tinha se tornado pastor da Igreja Batista da Lagoinha, sofreu um infarto em casa, na cidade de Belo Horizonte.
A informação foi confirmada em uma live feita pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha.
"Recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Para mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã eu dirigi o culto e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniella Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele estava dentro de casa, caiu e morreu. Acabou de morrer", disse o pastor. Após a grande repercussão, ele apagou o post.
Relembre o assassinato de Daniella Perez por Guilherme de Pádua
Em dezembro de 1992, aos 22 anos, a atriz foi morta a golpes de punhal por Guilherme de Pádua e pela esposa dele, Paula Thomaz, no Rio de Janeiro.
Daniella e Guilherme atuavam em De Corpo e Alma, novela das oito da TV Globo.
A motivação do crime seria profissional, pois Guilherme acreditava que havia "perdido espaço" na novela. Já Paula teria ciúmes da atriz.
Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos de prisão, e Paula Thomaz a 18 anos e seis meses. No momento da condenação, eles já estavam separados.
Os dois cumpriram um sexto das penas e receberam liberdade condicional.
Serie Pacto Brutal conta história do assassinato
O caso voltou a repercutir muito este ano com o lançamento da série Pacto Brutal, da HBO Max.
A produção, que estreou no dia 21 de julho, é dividida em cinco capítulos e traz detalhes do crime.
Os documentaristas Tatiana Issa e Guto Barra dão voz a Glória Perez, autora de novelas e mãe de Daniella, e aos familiares nunca antes devidamente ouvidos.
Em mais de um momento Glória Perez mostra o desconforto que persiste com o retrato do caso na mídia, fazendo confusões entre novela e vida real.
No dia do crime, eles gravaram uma cena de rompimento. Ao longo de entrevistas, a novelista fala como sente que o caso se transformou em uma "novela barata". "Essa era a principal preocupação desde o começo", diz o diretor Guto Barra, sobre o desejo de tirar do caso esse ar de "folhetim".
"É difícil lutar contra uma imagem. Existia uma única foto dos dois personagens da Daniella Perez e do Guilherme de Pádua em uma cena romântica. E essa foto foi replicada em capas de revista. Mesmo quem não está seguindo o caso vê os dois em uma posição romântica. Já imagina que não são os personagens, mas pessoas. Foi algo muito duro e, até hoje, é muito duro ver essa confusão entre personagens e pessoas. A gente espera que Pacto Brutal ajude a mudar essa narrativa".
No entanto, apesar desse cuidado e dessa ânsia em desfazer erros e confusões, Pacto Brutal não deixa de ser firme em algumas decisões. Apoiados pela própria Glória Perez, os diretores exibem fotos do cadáver de Daniella Perez na tela, por exemplo.
Afinal, de acordo com a mãe e escritora, as capas mostrando a jovem aos beijos com Guilherme de Pádua é uma forma de violência que machuca ainda mais. Também fala com a própria imprensa que, na época, explorou o caso - e que deve render episódios interessantes à frente.