A política do Catar contra pessoas LGBTQIA+ tem sido um dos temas mais controversos da Copa do Mundo 2022. Nesta quarta-feira (23), a seleção alemã fez um protesto em jogo, quando os jogadores colocaram as mãos na boca em repúdio á censura da FIFA.
Tudo começou na última segunda-feira (21), quando o centroavante da Inglaterra Harry Kane apareceu com braçadeira 'No Discrimination' (Sem Discriminação, em português) no jogo entre a Inglaterra e Irã.
O capitão inglês também ficou conhecido por usar a faixa 'OneLove' (Um Amor, em português), movimento que apoia a causa LGBTQIA+.
ONE LOVE SIGNIFICADO: Braçadeira causa polêmica na Copa do Mundo do Catar
Harry Kane e outros jogadores de seleções europeias pretendiam entrar com a braçadeira em campo, mas o ato foi reprovado pela Fifa. Homossexualidade é considerada crime no Catar, podendo aquele que se relacionar com pessoa do mesmo sexo, pagar pena na prisão.
Em defesa às regras do país, a Fifa decidiu punir as seleções que usarem a braçadeira colorida com um cartão amarelo logo antes do jogo começar e uma multa financeira.
Punição da Fifa para apoio aos LGBTQIA+
A Fifa informou que qualquer capitão de seleção da Copa que entrasse com faixa arco-íris do 'OneLove' no braço, seria advertido com um cartão amarelo antes mesmo da partida começar, e uma multa financeira.
Isso seria pela Fifa não permitir que as seleções utilizem slogans com declarações sociopolíticas nos jogos Para amenizar a situação, a entidade adiantou a campanha "No Discrimination", que só começaria a partir das quartas de final.
Com a punição, a Inglaterra, Gales, Bélgica, Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca decidiram não seguir com o 'One Love'.
"Estávamos preparados para pagar multas que normalmente se aplicariam a violações dos regulamentos do kit e tínhamos um forte compromisso de usar a braçadeira [...]. No entanto, não podemos colocar nossos jogadores na situação em que possam receber um cartão amarelo ou até mesmo serem forçados a deixar o campo de jogo", afirmaram os países em comunicado conjunto.
Código para LGBTQIA+ no Catar
De acordo com o Código Penal de 2004 do Catar, é proibida a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo. Quem for contra a lei, pode pegar uma pena máxima de sete anos de prisão. Tanto homens quanto mulheres são criminalizados.
A Human Rights Watch comunicou seis casos de espancamento grave e repetido e cinco casos de assédio sexual sob custódia policial entre 2019 e 2022 no país.
Uma mulher trans disse à HRW que apanhou até perder a consciência. Outra, que foi mantida em uma solitária por dois meses.