DIPLOMA

FIM DO DIPLOMA para 106 profissões? Veja as profissões que seriam ameaçadas por projeto da Câmara

Não há grandes chances de o projeto ser aprovado, já que o deputado não disputou a reeleição e não estará na Câmara para defender seu texto

Cadastrado por

Milena Galvão

Publicado em 07/01/2023 às 11:57 | Atualizado em 08/01/2023 às 9:50
FIM DO DIPLOMA? Veja profissões ameaçadas por projeto da Câmara - Freepik

Com Estadão Conteúdo

O deputado federal Tiago Mitraud (Novo-MG) protocolou, no final de 2022, um projeto na Câmara dos Deputados que acaba com a necessidade de diploma para 106 profissões, entre elas médico veterinário, engenheiro e fisioterapeuta.

Além disso, o projeto também acaba com a necessidade de passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o exercício da advocacia.

Não há grandes chances de o projeto ser aprovado no Congresso, tendo em vista que o deputado não disputou a reeleição e, por isso, não estará na Câmara em 2023 para defender seu texto. 

O texto que gerou polêmicas foi apresentado faltando um mês e dez dias para Mitraud terminar o mandato. Na atual legislatura, houve uma mudança no Regimento Interno da Câmara e a partir de agora os projetos seguem tramitando mesmo que seus autores não tenham sido reeleitos.

Anteriormente, os projetos eram todos arquivados. Contudo, este projeto sequer tem relator designado para dar um parecer a respeito. Esse é o primeiro passo para uma proposta começar a ser discutida na Câmara.

Formado em administração, profissão que ele também pede para ser desregulamentada, Mitraud tem patrimônio declarado de R$ 1,9 milhão, a maior parte em aplicações. Ao lado do candidato Felipe D Avila, também do Novo, a chapa recebeu 0,47% dos votos, terminando em sexto lugar na disputa.

O projeto

O deputado justifica, ao longo do texto, que o diploma não é garantia de segurança na prestação do serviço. "Ao impor inúmeras barreiras de entrada, o exercício profissional fica limitado a condições que, muitas vezes, não refletem critérios que, de fato, tornam a prática mais segura. O que ocorre é que grupos de interesse almejam uma fatia do mercado para seu exclusivo usufruto", defende ele. 

Para o deputado, as exigências impostas pela regulamentação "gera um aumento de custo na economia e também uma barreira à entrada de novos prestadores de serviço, o que diminui a competição e aumenta os preços praticados".

Nas redes sociais, o deputado curtiu o comentário do fundador do Ideias Radicais, Raphael Lima, no Twitter sobre o texto. "Talvez vocês tenham visto um enfarte coletivo de conselhos de profissão por causa do projeto 3081/22 do Tiago Mitraud. O que confessa a canalhice desses conselhos. O que o projeto faz? Desregulamenta profissões, mata a taxinha do conselho e abre mercado", afirmou

Em nota, o deputado defendeu a proposta: "A desregulamentação das profissões no Brasil é um debate que precisa ser enfrentado no Brasil. Já está mais que na hora de transitarmos de uma sociedade altamente regulada e capturada pelo corporativismo para uma sociedade em que o consumidor ganha protagonismo e o profissional deixa de ser refém das elites das corporações, que se perpetuam no poder dos conselhos de classe, coagindo as próprias categorias com anuidades e penas abusivas".

"O objetivo do projeto que apresentei é eliminar o monopólio corporativista de diversos conselhos de classe e extinguir inúmeras limitações de acesso do brasileiro ao trabalho e a uma maior oferta de serviços. Nenhuma profissão será 'extinta' e o mau exercício da atividade profissional continuará sujeito às penalidades civis e penais", afirmou.

Veja as profissões que o deputado propõe acabar com a exigência de diploma e fiscalização por parte dos conselhos:

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