NATAL

Crianças autistas apresentam Cantata Natalina no Recife

Evento será realizado na próxima segunda-feira (18), às 15h, no COMPAZ Miguel Arraes, com a participação de 22 crianças atuando no espetáculo

Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 15/12/2023 às 17:16 | Atualizado em 15/12/2023 às 17:21
Cantata Natalina promovida pelo Instituto Dimitri Andrade com crianças autistas, em 2022 - DIVULGAÇÃO

Celebrando o natal de forma inclusiva, uma Cantata Natalina com crianças e adolescentes neurodivergentes será realizada nesta segunda-feira (18), das 15h às 16h, no no Centro Comunitário da Paz (COMPAZ) Miguel Arraes, Zona Oeste do Recife. A realização é do Instituto Dimitri Andrade.

O espetáculo será apresentado por 19 crianças neurodivergentes e 3 crianças típicas que desenvolveram a capacidade de estar em público durante as terapias.

Enredo

Nesta edição, os participantes apresentarão o enredo do livro "Zuri, o rinoceronte sem chifre", de autoria da psicóloga Frínea Andrade, que traz em sua narrativa, por meio da personificação de animais, os preconceitos da sociedade com relação às diferenças.

Inserindo a temática natalina, Zuri vem para o Nordeste com sua família, onde encontrará os animais da fauna. Estando fora dos "padrões" por ser um rinoceronte, espécie não existente no Brasil e, ainda por cima, sem chifre, ele fará novas amizades e passará a conhecer cinco estados do Nordeste, finalizando sua jornada em Pernambuco.

"Quando temos um filho com necessidades específicas, as oportunidades de educação, lazer e esportes ficam mais escassas, pois a sociedade tende a fixar-se nas características físicas, comportamentais ou intelectuais apresentadas pelo sujeito, esquecendo-se das potencialidades de cada indivíduo", aponta a psicóloga Frínea Andrade, que também é diretora e fundadora do Instituto Dimitri Andrade e mãe de adolescente com autismo.

Espetáculo

"Produzir mais uma edição desta cantata é uma realização muito grande, pois tudo que buscamos é a inclusão e o Instituto está comprometido em demonstrar que podemos fazer um lindo espetáculo adaptado às singularidades de cada um. As diferenças nos impõe barreiras e queremos mostrar para a sociedade que nossos filhos são capazes", continua.

"Este ano, nossa intenção é levar a cultura nordestina como sinônimo de resistência e o Natal como ideal de amor através do nascimento de Jesus, correlacionando as diferenças e especificidades da falta de chifre de Zuri como forma de desconstruir os apontamentos preconceituosos a respeito de seus aspectos únicos."

O evento será todo adaptado com volume de som e iluminação adequados para não trazer incômodos e desorganização às pessoas neurodivergentes que são sensíveis a esses estímulos. Os ensaios foram conduzidos por psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, educadores físicos e musicoterapeutas.

Musicalização

"A musicalização e as artes são práticas importantes inseridas na terapia para o desenvolvimento das crianças. Elas facilitam a exteriorização e comunicação de sentimentos, o controle das emoções, combatendo a timidez e estimulando à memória, atenção, concentração, além de integrar corpo e mente e estimular técnica e criatividade”, explica a psicóloga Frínea Andrade.

"Através da musicalização, crianças com autismo encontram uma maneira de se relacionar com o mundo e desenvolvem a alfabetização, a capacidade inventiva, a expressividade, a coordenação motora e a motricidade fina, além da percepção sonora, percepção espacial e raciocínio lógico."

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