MEMÓRIA

Exposição celebra os 120 anos de Capiba e Edgard Moraes na Fundaj, no Recife

Mostra conta com peças do acervo fonográfico do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra)

Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 30/01/2024 às 16:47
Exposição "Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo", na Fundaj - DIVULGAÇÃO

Capas de discos, boneco gigante, partituras e curiosidades sobre dois ícones da música pernambucana integram a exposição "Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo", montada na Sala de Leitura Nilo Pereira, no Campus Ulysses Pernambucano da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby.

A abertura ocorre nesta quarta-feira (31), às 18h. Em seguida, a partir de 1° de fevereiro, a exposição ficará aberta ao público de 9h às 17h, entre segunda e sexta-feira.

Ambos nascidos em 1904, Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, e Edgard Moraes deixaram um legado musical imenso. Essa será a primeira de seis exposições que serão realizadas ao longo do ano, todas montadas com base no acervo fonográfico da Fundação Joaquim Nabuco.

Exposição "Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo", na Fundaj - DIVULGAÇÃO

"Temos um projeto para a Sala de Leitura Nilo Pereira no qual a cada dois meses vamos apresentar uma exposição com itens da fonoteca, que é um acervo muito rico que nós temos, com música, com partituras", diz a coordenadora-geral do Cehibra, Nadja Tenório.

"Então, nós vamos destacar um maestro, um compositor, um músico. Agora, como vai acontecer o Carnaval, começamos a primeira exposição homenageando os 120 anos do nascimento de Capiba e Edgard. Dessa forma, vamos estar sempre levando novos acervos para que as pessoas conheçam um pouco mais."

Acervo

Todo o material exibido na Mostra faz parte do acervo fonográfico do Cehibra, o maior do Nordeste, fundado em 1981 e contando com cerca 16 mil discos de 78 rotações, 6 mil LPs, 3 mil fitas K7, 4 mil CDs, além de materiais como igualmente importantes como peças gráficas e encartes.

O acervo passa por constante processo de digitalização, no qual, além de torná-lo ainda mais acessível para pesquisadores e entusiastas, é também uma ação essencial para sua preservação da nossa história e cultura.

Capiba

Compositor versátil, Capiba transitou por vários gêneros e se destacou com frevos e maracatus inesquecíveis. Ele era natural de Surubim, nascido no dia 18 de outubro de 1904. Compositor versátil, autor de mais de 200 músicas, foi funcionário do Banco do Brasil enquanto inscrevia suas composições em festivais de música popular. Suas composições abrangem vários gêneros, desde valsas, sambas, frevos e maracatus, passando por serestas e guarânias e chegando até obras eruditas.

Iniciou sua carreira em 1931 compondo Valsa verde, mas se destacou mesmo nas composições de frevo, a exemplo de É de amargar (1934), primeiro lugar no concurso promovido pelo Diario de Pernambuco, tornando-se um dos frevos mais tocados na história pernambucana.

Edgard Moraes

Já Edgard, o eterno folião, fundou vários blocos e compôs frevos cheios de lirismo e saudade. Nascido no Recife em primeiro de novembro de 1904, Moraes iniciou seus estudos musicais com seu irmão mais velho, Raul de Moraes e foi um dos grandes foliões de Pernambuco, sendo conhecido como "general de cinco estrelas" da folia.

O ano de 1923 é considerado o marco de início de suas composições carnavalescas, uma delas para o bloco Jacarandá, do qual foi um dos fundadores. A partir daí, fundou diversos outros blocos, como Pirilampos, Turunas de São José, Lobos de Afogados, Camponeses em Folia, Corações Futuristas etc.

SERVIÇO
Exposição Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo
Local: Sala de Leitura Nilo Pereira, Rua Henrique Dias, 609, Derby
Período: Entre 31/1/2024 e 29/02/2024
Horário: Abertura às 18h e, em seguida, de 9h às 17h, entre segunda e sexta-feira.
Entrada: Gratuita

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