Em meio a vastas paisagens do Sertão, existem muitos tesouros escondidos e trechos possíveis para o turismo. Por isso, novas rotas turísticas foram traçadas com a iniciativa "Ribeirinhos do Velho Chico", criada pelo Sebrae/PE em parceria com o Consórcio Intermunicipal Submédio São Francisco (ComRio).
A proposta é resgatar e propagar manifestações da cultura sertaneja em cinco municípios: Cabrobó, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Belém de São Francisco e Lagoa Grande.
Entre as atrações, estão danças típicas, como a mazurca, até construções antigas, como uma roda
d'água que acompanha a história das comunidades. Confira alguns pontos do roteiro:
Cabrobó
Em Cabrobó, distante 529 km do Recife, a imersão no Quilombo Olho D'água mostra a medicina natural praticada pelo povo, incluindo contato com as espécies da Caatinga, usadas na fabricação de chás, garrafadas e outros tipos de preparo medicinais.
No mesmo quilombo, outro atrativo é a Mazurca, dança típica local, que tem sua origem na tradicional Mazurca européia. Com chapéus e roupas coloridas, homens e mulheres realizam movimentos de vai e vem, como se estivessem dançando uma valsa.
Ocoró
No município de Orocó, localizado a 569 km do Recife, à noite, os vaqueiros se reúnem para realizar uma contação de histórias, por meio de aboio.
Os cantos, entoados sob a luz do candeeiro, afirmam o orgulho de ser vaqueiro, mas também retratam as dificuldades da pega do boi por entre os espinhos da Caatinga, falam da cultura e dos valores do povo, envolvem crianças, adolescentes e os mais experientes.
O costume secular encontra na apresentação aos turistas mais uma forma de ser conhecido e respeitado pelo público
Belém de Francisco
No município de Belém de Francisco, a 481 km do Recife, a Rota da Manga proporciona uma viagem à história dessa cadeia produtiva. A produção de manga do Sertão do São Francisco (hoje, a mais exportada no Brasil) remonta à década de 40.
Lá, é possível ver a Roda D'água, um equipamento destinado à irrigação das espécies frutíferas, usando as águas do Rio São Francisco. Imponente, a grande roda de madeira mantém -se intacta até hoje, mantendo viva as origens de uma cultura, que se confunde com a história do povo sertanejo.
Também em Belém de São Francisco é possível conhecer o Museu de Zé Pereira e Mestre Vitalina, local onde nasceram os bonecos gigantes. Isso mesmo! Os responsáveis pelo espaço contam que a tradição dos bonecos gigantes teve origem em Belém do São Francisco e foi aprimorada por Olinda, hoje conhecida como Terra dos Bonecos Gigantes.
Polêmicas à parte, o fato é que, neste museu, é possível fazer uma viagem pelos primeiros bonecos gigantes construídos na região, muitos dos quais traduzem as cores, traços e símbolos da cultura sertaneja.