Um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Pernambuco, O Homem da Meia-Noite irá desfilar nas ladeiras de Olinda na madrugada deste sábado (10) de Zé Pereira para o domingo (11). Na edição deste ano, o Calunga de 92 anos vai reverenciar os povos originários em seu desfile no Sítio Histórico com o tema “Terra Indígena”. O Gigante vai homenagear o Caboclinho 7 Flexas, o cantor Marron Brasileiro, além do Povo Xukuru do Ororubá, de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.
A concentração acontece na sede do Homem da Meia-Noite, na Estada do Bonsucesso, nº 132, onde a multidão aguarda ansiosamente para a saída do bloco, levando alegria e irreverência pela ladeiras de Olinda, com as orquestras embalando os foliões madrugada a dentro ao som de muito frevo.
O percurso do bloco é estimado de 5 km e passará pela Igreja do Amparo, pelas ruas Nossa Senhora de Guadalupe, Prudente de Morais e São Bento, além claro dos Quatro Cantos e pela Prefeitura. Ao final do desfile, O Homem da Meia-Noite entrega a chave da cidade de Olinda para a troça Cariri Olindense, que fica responsável por continuar a festa.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social, o efetivo empregado para garantir a segurança do desfile será de 578 policiais militares, sendo 531 a pé, além de 47 motorizados/montados. Também estarão mobilizados 14 bombeiros civis, 170 seguranças particulares e três ambulâncias, providenciadas pela diretoria do bloco.
Surgimento do Homem da Meia-Noite
Existem duas versões para o surgimento do Calunga. A primeira delas conta que Luciano Anacleto assistiu o filme “O Ladrão da Meia-Noite”, que mostrava um homem que saia de trás de um relógio sempre a meia noite. Chamando-lhe a atenção e, assim, veio a ideia de criar o clube.
A outra conta que Benedito Bernardino ao sentar nas noites de sábado nas ruas do Bonsucesso sempre via passar um homem elegante, de chapéu preto e dente de ouro sempre perto da meia noite. Ele descobriu que aquela figura pulava as janelas de donzelas de Olinda sempre escondido. E foi assim que teria surgido a ideia de homenagear o Don Juan das ladeiras.
Apesar das duas versões, O Homem da Meia-Noite surgiu da vontade de seis homens negros que decidiram levar alegria para milhares de pessoas pelas ruas e ladeiras de uma Olinda dos anos 30. Uma história que se mistura ao misticismo do maracatu, do candomblé e da cultura afro. Um ritual que até hoje se repete sempre no Sábado de Zé Pereira.