A cena musical brasileira perdeu, nesta segunda-feira (13), o cantor e compositor Antonio Carlos Moraes, conhecido como Moraes Moreira, aos 72 anos. A causa da morte ainda não foi informada, mas, segundo o também cantor e compositor Paulinho Boca de Cantor, amigo do artista, ele faleceu durante o sono.
O baiano de Ituaçu começou a carreira tocando sanfona de doze baixos em festas de São João. Na adolescência, aprendeu a tocar violão enquanto estudava em Caculé.
Depois, se mudou para Salvador e conheceu Tom Zé. Formou com Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão os Novos Baianos, ficando com o grupo de 1969 até 1975.
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Com Luiz Galvão, compôs a maioria das canções do grupo, que é responsável por um dos discos mais icônicos da música brasileira, Acabou Chorare, de 1972, considerado pela revista Roling Stone Brasil, em 2007, o melhor álbum da história da música brasileira.
Três anos depois, saiu em carreira solo, lançando mais de vinte discos. Compôs diversos sucessos de músicas de carnaval, como "Pombo Correio", "Vassourinha Elétrica" e "Bloco do Prazer", dentre outras.
Em 1994, Moreira gravou o álbum "O Brasil Tem Concerto", influenciado pela música erudita, e no ano seguinte o Moraes Moreira Acústico MTV, que mais tarde foi transformado em CD e DVD.
Três anos depois, o baiano gravou um disco carnavalesco em que comemora seus 50 anos, intitulado de "50 carnavais" e dois anos depois lança o disco "500 Sambas" em homenagem aos 500 anos de descobrimento do Brasil.
Em 2000, o disco "Bahião com H" trouxe Moraes tocando o baião com seu característico sotaque baiano. Em 2003, completou sua trilogia que tinha como tema o Brasil, e incluía os três álbuns Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (1979) e O Brasil Tem Concerto (1994) e Meu Nome é Brasil (2003).
O disco "De repente", que mistura hip hop com repente nordestino e o swing característico de seu violão, foi lançado em 2005.