Alcymar Monteiro faz sua primeira live neste sábado, a partir das 21h (no Youtube.com/reidoforro e bit.ly/alcymar). Adepto do show grandioso, o cantor cearense, de Ingazeira, radicado no Recife do início dos anos 80, não deixará por menos. Sua live será realizada direto do estúdio Premier, no Pina. Ele ser acompanhado por uma banda de nove músicos, com iluminação especial, uma live que só vira DVD, porque o cantor acredita que o formato está obsoleto: “o DVD está com os dias contados, daqui pra frente as lives vão tomar conta do mercado, você vai fazer shows mais intimistas, conversar com as pessoas, contar a história das músicas. Vou fazer com os músicos que tocam comigo pra que fique mais próximo da realidade do show, para dignificar o forró como música popular brasileira”.
Alcymar aproveita para estender a live ao Dia das Mães, cantando uma música eu faz parte das suas memórias afetivas, Flor Mamãe (Julio Lousada/Jorge Gonçalves), lançada em 1962, pelo adolescente José Leão: “Esta foi a primeira música que cantei em público, no grupo Escolar Padre Cícero, na Vila de Ingazeira, onde eu morava. Cantei em cima de uma mesa em homenagem a minha mãe Maria Fernandes Santos. Isto ficou tatuado na minha mente, é o dia mais amoroso mais terno mais qualificativo que uma mulher pode receber dos seus filhos. Flor mamãe resume uma fase da minha vida. Olhando o meu passado revejo meus ontens mais antigos, e diante desta live posso ver meus amanhãs mais distantes”, comenta com frase de feito.
ADAPTAÇÃO
Conhecido por seus shows movimentados, agalopados, com poucas pausas para refrescar, Alcymar Monteiro garante que entrou no clima do tempo atual, e desacelará o ritmo. Na verdade, canta um repertório em boa parte da MPB, com composições que nunca gravou nem fez em show: “A seleção musical fiz com os músicos e o maestro Chico, decidimos em botar umas músicas mais calmas. A gente pegou Rosa dos Ventos, que em show é pauleira, e fizemos com mais calma. Vamos cantar também Noel Rosa, Paulo Diniz, Nelson Cavaquinho e Guiherme de Brito, Carnavalito em Espanhol. Será um passeio pela música em geral, com coisas que nunca fiz em público.
SÃO JOÃO
Um dos artistas mais requisitados nos grandes arraiais juninos do Nordeste, este será o primeiro São em década que Alcymar Monteiro não circulará em seu ônibus com a banda, uma viagem com dois meses de duração. Alcymar lembra que milhar de pessoas, do grande cantor ao vendedor de milho cozido nos locais de festas, está todo mundo sofrendo com o cancelamento dos festejos. É a favor que se faça a festa em outra data, quando a pandemia permitir:
“É uma coisa que choca muito. A única saída são estas lives para que possamos falar do São João. Mas tenho certeza de que não deveriam cancelar, mas adiar, porque a festa é do povo. A gente tem certeza de que tudo vai passar, tudo vai melhorar. É como diz o espiritismo, se você não vem pelo amor, vem pela dor. Estamos agora na dor. Ou como diz o matuto a dor ensina a gemer, a gente vai aprender com isto”.
Alcymar Monteiro acredita que um São João fora de época, como foi aventado em Campina Grande, terá um publico ainda maior: “O povo esta com saudade do forró, com a maior vontade maior de balançar o esqueleto, de comemorar, e a festa vai funcionar como se fosse em junho. Acho que o publico vai ser ainda maior.