Músico e poeta Oliveira lança o show 'Teu Nome Vem de Longe'
Apresentação gravada em fevereiro estreia nesta sexta-feira (26), às 20h, no YouTube, como prévia de novo álbum
A veia musical e poética do pernambucano Oliveira ganha mais um capítulo. Estreia hoje (26/3), às 20h, no YouTube, Teu Nome Vem de Longe, show gravado em fevereiro, no espaço Vitalina Recife. A apresentação é uma prévia e também primeira experimentação aberta do que virá a ser o álbum homônimo, sucessor de Canções não (2019). A nova empreitada contará com direção artística do paulista Rômulo Fróes.
Em tom íntimo, similar ao disco de estreia, Teu Nome Vem de Longe se difere deste último por mostrar Oliveira mais aberto à vida, em palavras dele, mesmo que em um instante global cercado por dor e despedida. Inclusive, veio desta o impulso para a nova criação. "Na pandemia vivi um processo de luto familiar e passei a rever algumas criações a partir desse olhar e que foram se somando a outros acontecimentos em minha vida", conta ele.
Houve ainda um entendimento particular sobre casa, família e pertencimento, que Oliveira assim explica: “comecei a pensar a casa e o corpo juntos e a refletir sobre quem mora nesse lugar, então as canções começam a falar sobre nomes, então tem mãe, pai, irmão, tem o meu próprio nome, Oliveira. Há um pensamento sobre ancestralidade, mas ancestralidade muito ligada à família que vem logo antes, uma ancestralidade de um fio muito curto, porque eu próprio conheço no máximo meus bisavós”.
No show, Oliveira divide os vocais com Aura e Nathalia Queiroz, dupla fundamental no processo de compreensão e maturação das músicas de agora; Hugo Linns (viola dinâmica); Hugo Coutinho (vídeo e fotos); Victor Giovanni (vídeo e fotos) e Sammy Barros, da SB Music Studio, na captação de áudio e mixagem. A Serpentina moda e folia assinou os figurinos.
Teu Nome Vem de Longe, a apresentação, tem apoio da Lei Aldir Blanc de fomento à cultura.
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O ÁLBUM
Oliveira é o codinome com o qual Carlos Gomes, nome à frente do projeto Outros Críticos, mergulha na criação musical e poética. Para o segundo álbum de canções inéditas, o também pesquisador e editor tem aproveitado um período maior de elaboração.
"Meu primeiro disco não foi planejado, ele nasceu a partir de um livro de poesias que eu estava escrevendo. Então os trabalhos ficaram muito juntos. Dessa vez, comecei a planejar um disco de fato, partindo do zero", relata Oliveira ao JC.
"Com a experiência dos shows que fiz do Canções não, passei a pensar sobre que formatos gostaria de trabalhar agora. Trouxe de novo Hugo Linns, que produziu o álbum anterior, e vem agora como músico, e Rómulo Fróes, de quem eu já acompanhava há muitos anos o trabalho como crítico. Convidei Rômulo para dirigir o disco e já dei uma direção da formação que gostaria de fazer: eu na voz e violão de nylon, e Aura na voz. Depois, chegamos na segunda voz, Nathalia Queiroz, que já tinha cantado no Canções não. Esse núcleo criativo foi acrescido de Marcelo Cabral, baixista que toca com Fróes, já tocou com Criolo, e outros, e tem um disco solo bem bonito. Ele deve entrar mais tarde nesse grupo", prossegue.
Com o show, arremata Oliveira, o conjunto aguarda a reação do público e do próprio Rômulo Fróes. O próximo passo na direção do álbum será entender a entrada do baixo de Marcelo Cabral no arranjo já construído. O artista também continua a articulação em busca de selo ou apoio de fomento para a produção e lançamento do trabalho.
Acompanhe o lançamento do show no vídeo abaixo: