A Polícia Federal iniciou os procedimentos para o processo de extradição do economista Eduardo Fauzi, acusado de participar do ataque à sede do Porta dos Fundos, na zona sul do Rio, no final do ano passado. Ele foi detido nesta sexta-feira, 4, pela Interpol no Aeroporto Internacional de Koltsovo, em Ekaterinburg, a 1.786 quilômetros de Moscou. O economista morava na Rússia desde dezembro de 2019.
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Um ofício do Núcleo de Cooperação Policial Internacional da PF foi enviado às autoridades brasileiras informando sobre a detenção de Fauzi. "Informo que foi iniciado os procedimentos para dar início ao processo de extradição pelas vias diplomáticas conforme solicitação da nossa congênere em Moscou/Rússia", escreveu a PF.
O nome de Eduardo Fauzi havia sido inserido à lista de difusão da Interpol a pedido da Polícia Federal após a Justiça do Rio determinar sua prisão temporária no ano passado. Segundo a PF, as autoridades policias brasileiras e russas ‘já trabalham nos trâmites legais para extradição e retorno do detido ao Brasil’.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela condução do processo, informou que aguarda receber solicitação formal de extradição por parte do Poder Judiciário do Rio de Janeiro, responsável pelas investigações contra Fauzi, para encaminhar o pedido ao governo russo.
O Tribunal de Justiça do Rio afirma que o caso está em fase de inquérito e que ainda não foi comunicado sobre o cumprimento da ordem de prisão temporária.
Em nota, o Porta dos Fundos diz esperar que ‘essa prisão venha acelerar a identificação e a punição dos outros quatro procurados pelo ataque à sede do grupo’. "Acabar com a impunidade é extremamente necessário para a construção de uma sociedade mais justa", afirmou.
O ataque foi praticado em 24 de dezembro de 2019, como represália a um especial de Natal do Porta dos Fundos sobre Jesus Cristo, que teria desagradado a setores radicais. Segundo a investigação da polícia, que obteve gravações de câmeras de monitoramento na região, o atentado contou com cinco pessoas, incluindo Fauzi, que aparece em uma das imagens.
Foram arremessados dois coquetéis-molotovs contra a produtora e o incêndio só não se propagou porque havia um vigia na empresa. De acordo com o delegado Marco Aurélio Ribeiro, titular da 10ª DP (Botafogo) à época, responsável pelas investigações, os agentes descobriram que Fauzi havia deixado o país com destino à Rússia, em 29 de dezembro.