"Não há motivo para intranquilidade quanto à escassez de produtos". A afirmativa é da Associação Pernambucana de Supermercado (Apes) em nota oficial divulgada na noite desta segunda-feira (16). O posicionamento surge após flagrantes de prateleiras vazias em supermercado no Grande Recife, no primeiro fim de semana após a Organização Mundial de Saúde decretar pandemia de Covid-19 no planeta.
"No final de semana, quando foram anunciadas as medidas de prevenção à disseminação do Coronavírus em Pernambuco, tivemos registros pontuais de maior volume de venda em lojas de alguns bairros do Recife e interior do Estado", confirma a nota da Apes.
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A movimentação nas lojas esteve atípica e tem sido justificada pelo medo de desabastecimento. Carrinhos lotados, filas grandes – em especial em lojas do tipo atacadista. Os principais produtos em falta são álcool em gel, água sanitária e papel higiênico, mas há também grande procura por alimentos. Há redes atacadistas que limitam o volume de compras a cinco unidades por pessoa. Famílias chegam a adiantar a feira de mês temendo, além do desabastecimento, uma alta nos preços.
No entanto, a Apes justifica que "em função disso ter ocorrido exatamente no final de semana, quando a parte logística das lojas tem outra dinâmica de funcionamento, o serviço de reposição das gôndolas ficou mais lento, o que pode ter provocado uma impressão de falta de produtos."
A Apes ainda afirma na nota que o abastecimento dos pontos de venda está totalmente normal, não havendo motivo para preocupação sobre desabastecimento. "Toda a cadeia segue funcionando normalmente – produção, indústria, distribuição, transporte e varejo."
A mesma corrida aos supermercado aconteceu em outras cidades. No Rio de Janeiro, onde já existem 31 pessoas infectadas pelo coronavírus, os supermercados registraram aumento de 9,2% nas vendas no último final de semana. O crescimento leva em consideração o fluxo de movimentação do fim de semana anterior, informou ontem a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro. A alta chegou a 28% em bairros cariocas como Jacarepaguá e Recreio, na Zona Sul do Rio.