Ante março, as vendas do comércio varejista caíram 16,8% em abril, primeiro mês que o Brasil adotou o isolamento social do começo ao fim para diminuir impactos do novo coronavírus na saúde. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou a pesquisa nesta terça-feira, 16, este é o pior desempenho do setor desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2000.
Na comparação com abril de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 16,8% em abril de 2020. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 23,9% a 3,6%, com mediana negativa de 13%.
As vendas do varejo restrito acumularam recuo de 3% no ano e alta de 0,7% em 12 meses.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 17,5% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. A queda foi menor que a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, negativa em 20,40%, num intervalo de -41% a -9,04%.
Na comparação com abril de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 27,1% em abril de 2020. Nesse confronto, as projeções variavam de uma redução entre 40,4% e 11,0%, com mediana negativa de 29,4%.
As vendas do comércio varejista ampliado acumularam queda de 6,9% no ano e aumento de 0,8% em 12 meses.
Todas as oito atividades do varejo registraram perdas na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As perdas alcançaram dois dígitos: Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17,0%), Combustíveis e lubrificantes (-15,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%).
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume de vendas recuou 17,5% em abril ante março. O setor de Veículos, motos, partes e peças encolheu 36,2%, enquanto Material de construção teve redução de 1,8%.
Segundo Cristiano Santos, analista da pesquisa do IBGE, a queda no volume vendido foi recorde em abril ante março em sete atividades. As exceções foram os segmentos de móveis e eletrodomésticos, veículos e material de construção. "Sendo que as outras que não tiveram (recorde de queda em abril) é porque o ponto mais negativo foi o anterior, o de março", ressaltou Santos.