A moagem da safra 2020-2021 de cana-de-açúcar em Pernambuco começou com a expectativa de esmagar 13,3 milhões de toneladas da canas, que vão originar 970 mil toneladas de açúcar e 425 milhões de litros de etanol. Com esses números, as 13 usinas localizadas na Mata Norte e Mata Sul do Estado estarão apostando em uma safra mais açucareira. A estratégia é para equacionar a redução de 40% no consumo de etanol durante a pandemia do novo coronavírus, provocada pela exigência do distanciamento social. No total, a expectativa do Sindicatos das Indústrias do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-PE) é que a moagem apresente um crescimento de 6% em relação à safra anterior.
O presidente do Sundaçúcar-PE, Renato Cunha, explica que a produção de açúcar terá um incremento para aproveitar o bom momento das commodities no mercado internacional e a valorização do dólar sobre o real. "A produção do etanol pode decrescer uns 4% a 5%, mas o açúcar cresce 11,9%. Esse acréscimo de produção do açúcar migrará fundamentalmente para exportação, que está com uma janela favorável", reforça. Além do dólar e do preço internacional, outra vantagem para o produto brasileiro é a menor participação da concorrente Tailândia na janela exortadora. O país enfrentou uma seca e a expectativa é de que a queda nas exportações chegue a 14,1%.
Em Pernambuco, a safra da cana, que se estende de agosto a março é um momento de abertura de postos de trabalho em 58 municípios do Estado. De acordo com o Sindaçúcar, a previsão é de que 70 mil pessoas trabalhem ao longo desses sete meses. O faturamento da safra previsto para este ano é de R$ 2,6 bilhões.
A usina da Cooperativa da Associação dos Fornecedores de Cana (Coaf) iniciou sua sexta moagem na semana passada, depois da reativação da antiga Cruangi em Timbaúba, na Mata Norte do Estado. Na safra passada, a usina alcançou recorde, com crescimento de 25,7%, esmagando 845 milhões de toneladas de cana, a unidade espera outra moagem nestes parâmetros. Para esta safra, além do etanol e cachaça, também produzirá açúcar para o mercado interno, além de produzir e comercializar, também pela primeira vez, energia elétrica gerada através da biomassa do bagaço da cana.
“Nossa expectativa para safra é de moer 840 mil de toneladas e produzir 50 milhões de litros de etanol, 20 milhões de litros de cachaça e 10 mil toneladas de açúcar. Além disso, 60 mil toneladas de bagaço de cana e também deveremos comercializar energia elétrica a partir da queima da biomassa nas termelétricas da Coaf, estas já aprovadas pela Aneel, que aguardam só o aval final da Celpe para entrarem em funcionamento”, fala Alexandre Andrade Lima, presidente da usina cooperativista em Pernambuco. A usina é gerida por uma cooperativa de 600 fornecedores de cana no Estado.