Pernambuco ficou em terceiro lugar na captação de recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) em 2020 atrás da Bahia e do Ceará que foram, respectivamente, os que tiveram maior volume de recursos liberados. A Bahia fechou 163,3 mil operações, conseguindo R$ 5,8 bilhões em crédito; no Ceará ocorreram 127,5 mil operações que resultaram em projetos de R$ 4,1 bilhões, enquanto em Pernambuco foram realizadas 81,4 mil operações que resultaram numa liberação de R$ 3,5 bilhões. Em 2019, os empreendimentos instalados em Pernambuco captaram R$ 3,1 bilhões.
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O FNE financia projetos da iniciativa privada e quem delibera sobre quem vai receber os financiamentos é o Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). "O ideal é comparar o Estado com o Estado, porque as economias são de tamanhos diferentes. Na Bahia, há muita demanda do agronegócio e de energias renováveis e também é uma economia maior. Foram atendidas 100% das demandas feitas por Pernambuco", explicou o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim.
Ele afirmou que o Estado atingiu a meta de empréstimos previstos numa revisão feita depois que começou a pandemia. Os setores que mais captaram recursos do FNE em Pernambuco foram, em primeiro lugar, os de comércio e serviços, infraestrutura e agronegócio. "No Nordeste também comércio e serviços ocupam o primeiro lugar, porque cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) da região se concentra nesses setores", revelou Romildo.
A pandemia também atingiu os financiamentos do FNE, um dos principais instrumentos que impulsionam o crédito no Nordeste. O orçamento inicial do FNE em 2020 seria de R$ 29,6 bilhões depois do fundo ter emprestado R$ 29,4 bilhões em 2019. "Tivemos que fazer uma repactuação das dívidas, porque empreendimentos de setores como turismo, indústria, entre outros, não tiveram com gerar receita. Em alguns casos, pemitimos que os reembolsos ocorressem a partir de 2021", revelou Romildo.
O FNE também se alimenta dos empréstimos que são pagos e com as "repactuações" resultaram em menos ingresso dos recursos que retroalimentam o fundo. A programação orçamentária do FNE depois da pandemia ficou em R$ 25,3 bilhões e foram empresatados R$ 25,8 bilhões que contemplaram 774 mil operações. "O desempenho foi excelente, porque aplicamos tudo que estava disponível", argumentou Romildo.
Para 2021, a programação orçamentária do FNE é de liberar R$ 24,1 bilhões. "Já recebemos demandas que correspondem a 30% desse total", comentou Romildo. O FNE financia mini, micro, pequenas, médias e grandes empresas. Os recursos do FNE foram estabelecidos na Constituição e é um dos poucos mecanismos existentes que tem a finalidade de diminuir a desigualdade regional.