A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai estar à frente de investimentos superior a R$ 1,1 bilhão este ano. Desse total, R$ 612 milhões são recursos próprios, que incluem R$ 240 milhões a serem gastos dentro da Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre a estatal e uma empresa privada para realizar a universalização do serviço de saneamento na Região Metropolitana do Recife (RMR). Serão empregados R$ 596 milhões em ações para aumentar o abastecimento de água e R$ 514 milhões para implantar sistemas de esgotamento sanitário.
Esses recursos serão empregados em 95 intervenções, que estarão em alguns bairros do Recife como Boa Viagem, Cabanga; outros municípios próximos como bacia do Janga (em Paulista) e Prazeres (em Jaboatão dos Guararapes) e cidades como Caruaru, Sanharó, Escada, Caraibeiras, Tacaratu, entre outras. A atual cobertura de esgoto é de 26% em Pernambuco e de 40% na Região Metropolitana do Recife (RMR)."As obras estão num ritmo mais avançado e o nosso objetivo é chegar a 50% de cobertura na RMR em 2025 e também cumprir o prazo estabelecido no novo marco legal do saneamento. Aumentar a cobertura de saneamento é uma questão de saúde preventiva e também de dignidade da pessoa humana", explica a presidente da Compesa, Manuela Marinho. Também em 2025, o mesmo percentual de cobertura deve ser atingido no Sertão do Estado. O novo marco legal estabelece uma cobertura de 90% de saneamento, percentual que deve ser alcançado até 2033.
Nas ações para aumentar o abastecimento de água, o maior volume de recursos será empregado numa única obra: a Adutora do Agreste, que poderá beneficiar 25 municípios nesta primeira etapa que está em obras desde 2013. A previsão é de que sejam empregados cerca de R$ 160 milhões - dos quais R$ 90 milhões chegaram no último dia 15 de dezembro - e mais R$ 70 milhões que estão previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) do governo federal. A adutora é bancada com recursos do governo federal, embora a obra seja realizada pela Compesa. Ele é muito importante para a água da transposição do Rio São Francisco chegar ao Agreste.
Os morros da Zona Norte do Recife vão receber um investimento de R$ 35 milhões que serão financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF). "Estamos buscando novas fontes de investimento", explica Manuela. Também está previsto melhorias no sistema de abastecimento de água de Suape e Ipojuca (por R$ 43,9 milhões), de Garanhuns (R$ 20 milhões), a perfuração de 22 poços no Grande Recife - com o custo de R$ 10 milhões - para complementar o abastecimento, principalmente na Zona Norte; um novo dessalinizador para o arquipélado de Fernando de Noronha no valor de R$ 22 milhões, além de uma setorização dos grandes aneis (do abastecimento) na RMR na qual serão empregados R$ 7 milhões
PERDAS
Essa última obra também tem a finalidade de diminuir um dos grandes problemas da companhia: as perdas que representam 37% de toda a água tratada pela Compesa. "Ainda é muito alto este percentual, mas estamos adotando várias iniciativas para diminuir isso, porque redução das perdas vai implicar num aumento da oferta", conta Manuela. Ao ser questionada se essa redução de custos (com a diminuição das perdas) poderia chegar ao consumidor, ela responde que esses futuros ganhos serão usados para novos investimentos.
Ainda para diminuir as perdas e melhorar a eficiência, a estatal está investindo R$ 30 milhões em 300 sistemas remotos com a finalidade de melhorar a operação do abastecimento de água.
Segundo as informações da Compesa, a água chega a 96% da população do Estado. No entanto, Manuela não soube dizer o percentual da população que recebe a água em forma de rodízio, o que ocorre da Região Metropolitana do Recife ao Sertão do Estado.
A Compesa espera ter um lucro de cerca de R$ 200 milhões em 2020. O resultado exato deve ser divulgado até março, quando for fechado o balanço. A pandemia atingiu a empresa, resultando num aumento de 4% da inadimplência, comparado com o ano anterior. A empresa tem cerca de 7 mil colaboradores (entre os funcionários e terceirizados).
PRINCIPAIS INVESTIMENTOS
Ainda de acordo com a Compesa, seguem as principais obras de abastecimento de água planejadas para 2021:
1-Adutora do Agreste ( R$ 160 milhões).
2-Adutora do Alto Capibaribe (R$82 milhões).
3-Conclusão da obra da Adutora de Serro Azul. Esta etapa do projeto custará R$ 74,6 milhões.
4-Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Suape para Ipojuca ( R$ 43,9 milhões).
5-Ampliação do Sistema Produtor de Amaraji para reforçar o abastecimento de água da cidade de Gravatá
Receberá recursos da ordem de R$ 15,9 milhões.
As Principais obras de esgotamento sanitário planejadas para 2021 são:
1-Implantação Sistema de Esgotamento Sanitário de Bezerros (R$ 38 milhões).
2-Implantação Sistema de Esgotamento Sanitário de Escada (R$ 30 milhões).
3- Implantação Sistema de Esgotamento Sanitário de Belo Jardim ( R$ 48 milhões).
4-Ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto Cabanga. O investimento na obra, que faz parte das ações do PPP Cidade Saneada, é de R$ 90 milhões.
5-Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Sanharó (R$ 31 milhões).