MERCADO IMOBILIÁRIO

Mercado imobiliário fecha 2020 com recorde histórico de vendas

Setor da construção prevê continuidade do crescimento em 2021, mas teme represamento dos lançamentos de imóveis

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 22/02/2021 às 15:57
Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem
Prédios residenciais na Zona Sul do Recife - FOTO: Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem
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 O quarto trimestre de 2020 alçou o mercado imobiliário à quebra de um recorde da série histórica - iniciada em 2016 - dos Indicadores Imobiliários. De acordo com os dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), as vendas chegaram a 57.968 unidades, alta de 6,7% ante o mesmo intervalo de 2019. Ao longo do ano passado, as vendas de imóveis novos totalizaram 189.857 unidades, crescimento de 9,8% sobre o ano imediatamente anterior. 

Com a alta dos insumos e as incertezas ainda rondando os empresários, os lançamentos totalizaram 151.782 unidades em 2020, acumulando uma queda de 17,8% frente 2019. No último trimestre do ano passado, os lançamentos reduziram 7,1%, totalizando 61.274 unidades. 

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Justamente pelo fato de haver mais vendas do que lançamentos, os estoques também caíram: - 12,3% em 2020, indo de 187.836 para 164.786 unidades. Para a Cbic, olhando apenas para o cenário macroeconômico e o déficit habitacional, o ano de 2021 ainda deve ser de crescimento para o setor "entre 5% a 10%", mas ainda há entraves que podem atrapalhar o desenvolvimento da atividade econômica e consequente geração de empregos. 

Custos

"Temos que construir o que vendemos a mais e ainda por cima repor o estoque. É claro que a atividade econômica vai estra bem em 2021, certamente iremos contratar mais gente para construir o que vendemos a mais. Quanto a isso, estaria tudo tranquilo. Porém temos um ponto que não é só preocupante, é extremamente preocupante: O aumento dos insumos e falta de abastecimento de muitos materiais", alerta o presidente da Cbic, José Carlos Martins.

De acordo com o presidente da Comissão de Indústria Imobiliária da Cbic, Celso Petrucci, existia a expectativa, a partir de conversa com os fornecedores, de que essa situação se equilibrasse a partir do primeiro trimestre de 2021. "Não é que o está ocorrendo. Os preços continuam subindo", diz Petrucci.

Ele emenda que no ano passado o Brasil criou 143 mil empregos de carteira assinada, só a atividade do agronegócio e de construção civil foram positivas na criação e geração de empregos. "A construção teve 11 mil empregos novos. Isso mostra nossa capacidade de geração de emprego e a necessidade de toda a sociedade estar olhando para esse aumento de custos, porque isso poderá ter reflexo em 2021", pondera. 

Segundo o presidente da Cbic, para evitar um represamento dos lançamentos no mercado, estão marcadas com equipes do governo federal, incluindo a pasta da Economia, reuniões para buscar soluções à alta dos insumos.

"Vamos propor a racionalização e ver como o governo está observando isso. Vamos colocar na mesa um problema e discutir quais são as possibilidades de ser minorado. Isso passa por importação, mexer nos prazos de contrato ou fazer um reequilíbrio. Tem uma série de coisas que poderão ser feitas", diz Martins. 

 

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