Restaurantes do Recife fazem apelo para clientes comprarem por delivery durante restrições

Serviços não essenciais só podem funcionar nos dias úteis, das 5h às 20h. Apesar disso, delivery teve funcionamento mantido
Katarina Moraes
Publicado em 05/03/2021 às 14:49
Uber Eats deixa de funcionar no Brasil Foto: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM


Até 17 de março, os serviços considerados não essenciais podem abrir as portas ao público apenas entre segunda e sexta-feira, das 5h às 20h. Entre as muitas categorias que sofrem com o decreto, criado por causa do alto número de internações e casos da covid-19 no Estado, uma das que mais sofre é a do setor alimentício. Para manter o negócio, restaurantes da capital pernambucana apelam para que a população peça comida por meio de delivery, que teve funcionamento mantido.

O pedido do chef Bira, do Sushi Itiban, localizado na Madalena, Zona Oeste do Recife, tomou as redes sociais nessa quinta-feira (4). "Estou aqui para pedir para vocês que peçam delivery em casa. A gente está passando por uma situação muito difícil. Teve a primeira parada e agora a segunda. Eu não queria fechar o Itiban agora, porque ele tem uma história muito bonita. Trabalhei muito para chegar aqui. Por isso estou aqui, pedindo a você, peça em casa e vai nos ajudar muito a seguir nessa trajetória", disse.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) disparou, nos últimos dias, uma série de peças publicitárias que aconselham os pedidos por delivery e a jantar mais cedo, no horário em que os restaurantes estão permitidos a funcionar. Ao invés do 'Happy Hour', termo usado para se referir ao horário de preços promocionais nos restaurantes, a associação indica que a adesão ao 'Help Hour', traduzido livremente para 'Hora do Socorro'.

"A Abrasel está divulgando campanhas nas redes sociais para você colaborar com o seu restaurante preferido.  A primeira é saia às 18h; a segunda, 'Jante sem medo, jante mais cedo'; e a terceira é 'Não se apegue. Passe, e pegue1. Assim, você vai estar ajudando seu restaurante favorito a sobreviver", disse o diretor da Abrasel em Pernambuco, André Araújo.

Em nota oficial, a Abrasel defendeu que hoje a sociedade tem mais conhecimento sobre as formas de contágio do coronavírus, e que a solução seria "criar, urgentemente, uma maior oferta de leitos e melhorar a logística para a vacinação". Preocupada com o fechamento de mais bares e restaurantes e, consequentemente, postos de trabalho, a associação afirma que as "novas restrições até podem ser necessárias, mas sabemos que o impacto não será pequeno".

O empresário Anderson Melo, dono do restaurante oriental Zeka Zen, em Santo Amaro, Centro do Recife, teme a perca de clientes no espaço físico, mas é otimista em relação ao movimento do delivery. "A gente teve a experiencia no ano passado e, no meu caso, por a gente trabalhar com delivery, não afeta tanto o movimento, como acontece em outros restaurantes. Mesmo assim, teve uma perda significativa", conta. Ele espera que os pedidos em casa compensem a proibição do atendimento físico.

Falcão explica que, pelas novas restrições terem um horário específico, não foi possível traçar uma expectativa de vendas, mas pede aos clientes que ajudem pedindo de casa. "Como estamos nesse toque de recolher a partir das 20h, não temos previsão de faturamento ainda. Temos um delivery muito forte, graças a Deus, mas não sabemos como vai ser o comportamento dos nossos clientes. Temos plataforma própria, pelo site, estamos em todos os aplicativos e por telefone e WhatsApp", disse.

 

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