Mudar de carreira e começar um negócio: você teria coragem? Para Lidiane Santos, barista e sócia da Kaffe, o café a escolheu e foi transformando sua vida e a do seu sócio e esposo, Eudes Santana. Psicopedagoga de formação, o caminho para o empreendedorismo começou bater na porta de Lidiane em 2009, quando clientes da confeitaria que a família tem em Gravatá, no Agreste pernambucano, começaram a pedir por cafés e ela foi dando os primeiros passos para o que se tornaria uma mudança de vida.
“Trabalhava com crianças e nesse período eu explorava mesmo a pedagogia, no sentido de que era a minha vida. Por outro lado, quando procurei um curso de barista, estava tentando atender os clientes da confeitaria da minha família, em Gravatá. Isso foi de 2008 para 2009, eu não sabia nada. Fiz o curso para que eu pudesse ter realmente uma formação e pudesse decidir, dentro do negócio, o que seria conveniente ter de cardápio ou não. A partir daí, até hoje, eu vivo de café, literalmente”, lembra Lidiane.
O curso de barista foi o começo de uma sequência de aperfeiçoamento e capacitações que levaram Lidiane para a sala de aula como professora, criando o espaço sensorial que se tornaria a Kaffe. “O Espaço Sensorial do Café funcionou de 2015 até 2016, no conceito de treinamento para o público apreciador de café, gente que queria entender um pouquinho mais sobre essa diversidade e outros profissionais que queriam empreender na área. Foi quando veio a ideia de transformar, acrescentar o conceito da loja, de torrefação e da continuidade dos cursos. Meu marido, Eudes Santana, saiu da atividade dele para fazer parte da sociedade e aí hoje a gente se dedica à loja, ao centro de treinamento e à torrefação”, detalha a barista e empreendedora.
A Kaffe hoje se estende a esses três setores de atuação, mas seu impacto não é só no Recife, cidade onde a loja e o centro de treinamento existem, mas sim em todo o Estado, com parcerias com outros produtores de cafés, cujas marcas são vendidas na loja. A Kaffe, mais do que uma marca, é uma experiência.
“Essa experiência passa por fazer o produtor perceber que ele pode melhorar a entrega que faz e ter uma rentabilidade maior; por receber nossos consumidores aqui, para que eles provem os cafés que Eudes vai torrar e que nossas baristas vão preparar; e por fornecer cafés para vários outros lugares. Hoje, vendemos para sete estados do Nordeste, para negócios que são cafeterias, padarias, restaurantes”, complementa.