A música ao vivo voltou a ser um atrativo para os bares e restaurantes neste final de semana depois de seis meses em que o serviço estava proibido devido às restrições sanitárias para conter a transmissão do novo coronavírus. "A volta é fundamental para o nosso segmento. Os serviços foram os mais impactados pela pandemia. Já sentimos uma diferença no público e na quantidade de pessoas", comenta o sócio do Bar Parnamirim 121, Alessandro Bradley.
O Bar Parnamirim 121 contou com uma apresentação do cantor Xico de Assis neste domingo (25). "Foi uma volta pensada e planejada. Sempre tem um que levanta, mas aí vamos até lá e informamos que não é possível o público ficar de pé. Os nossos artistas também estão contribuindo para a conscientização do público, não tivemos problemas e seguimos rigorosamente todos os protocolos", afirma Alessandro. O bar dele está trabalhando com 50% de ocupação.
"Espero que esta volta seja sustentável. E, para isso, é fundamental que as pessoas completem o seu esquema de vacinação. É para a segurança de todos:os clientes, artistas, trabalhadores. Entendemos que foi necessário", revela Alessandro.
A jornalista e produtora musical Amanda Tavares estava no bar na hora da apresentação e percebeu "que as pessoas estavam sedentas" por este tipo de lazer. O cantor Xico de Assis cantou uma música homenageando os mais de 549 mil pessoas que morreram em decorrência das complicações da covid-19.
Vários bares ficaram lotados neste final de semana, como constatou a reportagem do JC, mas todos estavam cumprindo os protocolos de segurança. A música ao vivo estava proibida desde janeiro deste ano, quando entrou em vigor o Decreto 50.062, de 13/01/21, suspendendo as apresentações ao vivo por 30 dias. Depois, em 11 de fevereiro, o decreto foi prorrogado até 15 de março. E a restrição do governo de Pernambuco foi mantida até o último dia 19, segundo informações da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.
PERMANÊNCIA MAIOR
O presidente da Abrasel-PE, André Araújo, disse que com a volta da música ao vivo a entidade já percebeu que as pessoas estão chegando mais cedo e permanecendo mais tempo nos estabelecimentos, o que contribui para aumentar o consumo. Quando isso ocorrer, os estabelecimentos também aumentam o seu faturamento. "Há uma tendência de recuperação, mas vai levar um prazo longo, porque muitos empreendimentos acumularam dívidas neste período. Foram 15 meses de pandemia, com a parte mais dura indo de março do ano passado a junho deste ano", desabafa.
A Abrasel-PE fez uma pesquisa e constatou que 64% das empresas não estão conseguindo honrar as suas dívidas. Este percentual era de 77% em maio último. "O que mais está pesando para estas empresas são a folha de pagamento, a locação (aluguel), a água, energia e os fornecedores", explica André. Os restaurantes ficaram fechados por vários meses durante a pandemia.
André afirma que é importante para o setor que os bares voltem a funcionar num horário maior, indo até as 2 horas da manhã. Ele diz que isso já está ocorrendo em seis Estados.