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Manifesto do agronegócio é 'chamamento para colocar os adultos na sala', diz presidente da Abag

De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a entidade quer chamar "os adultos" à discussão em um momento de crise política

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30/08/2021 às 23:08 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:26
Em 20 anos, a safra de grãos subiu de 120,2 milhões de toneladas para 310,6 milhões por ano - Jaelson Lucas / AEN

O manifesto de entidades do agronegócio em defesa da democracia, divulgado nesta segunda-feira (30), já estava pronto antes mesmo do adiamento do texto capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de acordo com o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito. De acordo com ele, a entidade quer chamar "os adultos" à discussão em um momento de crise política.

"No caso do nosso manifesto, já estava pronto, e o manifesto foi muito aberto mas muito centrado na posição de desenvolvimento, de crescimento, e de paz, nós estamos precisando de paz", disse Brito, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda.

O presidente da Abag afirmou que o texto não tem a intenção de simplesmente criticar o governo, mas sim de ampliar a discussão sobre a crise. "Ali não é uma crítica para ninguém. É um chamamento para colocar os adultos na sala", afirmou.

O documento é assinado por várias entidades representativas do agronegócio brasileiro. Além da Abag, são signatárias a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), a Croplife Brasil (que representa empresas de defensivos químicos, biológicos, mudas, sementes e biotecnologia), a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), entre outras.

Segundo Brito, o grupo chegou a ter dúvidas sobre se soltaria ou não o texto. Mas o conselho de uma das associações - cujo nome não revelou - entrou em contato com a Abag para estimular a divulgação do manifesto. Brito disse que muitas entidades não assinaram o texto por temor de represálias do setor público à cadeia de fornecedores, por exemplo. "O Brasil tem uma democracia muito jovem, onde esse tipo de manifesto é visto como crítica", disse.

Agronegócio

O presidente da Abag afirmou que é a favor de quaisquer manifestações, desde que sejam "democráticas". Segundo Brito, o manifesto de entidades do setor capitaneado pela Abag não tem a pretensão de representar todo o agronegócio.

"Eu sou a favor de toda e qualquer manifestação, desde que seja pacífica, ordeira e democrática", disse o presidente da Abag durante o programa Roda Viva, da TV Cultura. Brito não se referiu a manifestações específicas, mas disse que outras associações têm direito a divulgar posicionamentos sobre o cenário político se assim o quiserem.

O presidente da Abag afirmou que o texto divulgado nesta segunda pela Abag e por outras associações do agro representa o posicionamento dessas entidades, e não de todo o setor. "Não tenho a pretensão de falar pelo agronegócio", comentou.

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