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O valor da produção agrícola aumentou 17,4% em Pernambuco no ano passado; veja as cinco culturas que mais geram valor no Estado

A cana-de-açúcar rendeu 41,2% a mais aos produtores em 2020, quando comparado com 2019, segundo o IBGE. A produção agrícola do Estado se concentra em cinco culturas: a cana-de-açúcar, a uva, a manga, a banana e a goiaba.

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 22/09/2021 às 15:05 | Atualizado em 22/09/2021 às 15:32
A cana-de-açúcar voltou a ser a cultura que gera maior valor agregado em 2020. No ano anterior, foi a uva, segundo informações do IBGE - ALEXANDRE GODIM /JC IMAGEM

O valor da produção agrícola pernambucana em 2020 foi recorde e ultrapassou R$ 5,4 bilhões,
um aumento de 17,4% frente ao ano anterior, segundo a pesquisa Produção Agrícola Municipal
(PAM) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde
1974. Mesmo com o desempenho positivo, a participação de Pernambuco no valor de produção
agrícola nacional caiu de 1,3% para 1,2%, levando o estado a sair do 14º para o 15º lugar. A produção agrícola de Pernambuco se concentra em cinco culturas, incluindo a cana-de-açúcar que voltou a ocupar o primeiro lugar em valor de produção em Pernambuco no ano passado. No Brasil, a combinação de clima favorável e preços elevados em ano atípico, de pandemia, levou o país a ter o melhor resultado da série histórica: R$ 470 bilhões, alta de 30,4%. 

>> PIB de Pernambuco cresce 1,6% no primerio trimestre de 2021

Em Pernambuco, a cana-de-açúcar rendeu aos seus produtores R$ 1,61 bilhão no ano passado, segundo a pesquisa. Isso representou 41,2% a mais do que em 2019. Este desempenho também rendeu ao Estado o sexto lugar a nível nacional. Houve um aumento de de 17,4% na quantidade colhida em 2020, chegando a 14,8 milhões de toneladas e um rendimento de 57,5 toneladas por hectare.  “A retomada da produção das usinas por meio das cooperativas estimulou o pequeno produtor e levou a um incremento da área plantada", explica a supervisora das pesquisas agropecuárias do IBGE em Pernambuco,
Remonde Gondim. Ela acrescenta outros fatores que contribuíram para o bom desempenho da cana-de-açúcar: o dólar em alta - que estimula as exportações - e o bom preço do produto no mercado internacional que ocorreu no ano passado. 

Em 2019, a uva chegou a ser o produto agrícola que mais gerou valor. No entanto, o produto perdeu a liderança no ano passado, ficando na segunda posição, com R$ 1,25 bilhões em valor de produção no Estado, praticamente estável em relação ao período anterior. No entanto,
foram produzidas 456 mil toneladas em 2019, contra 349 mil toneladas em 2020, uma queda
de 23,3% e o pior número desde 2015. O rendimento médio da produção também diminuiu de
51,7 mil toneladas para 42 mil toneladas por hectare.

Em terceiro lugar, está a manga, cujo valor de produção foi de R$ 516 milhões em 2020.
Embora este seja o segundo maior montante entre todos os Estados, atrás apenas da Bahia,
houve queda de 7,2% em comparação a 2019. Já a quantidade colhida da fruta aumentou de
524 mil toneladas para 624 mil toneladas no período.

A banana, por sua vez, é a quarta variedade com maior valor de produção, que chegou a R$ 428 milhões no ano passado, 10,9% a menos do que em 2019. O estado também caiu do quinto para o oitavo lugar no ranking nacional durante o ano passado. Já a quantidade produzida teve uma leve queda, de 3%,
chegando a 481 mil toneladas.

Quinto cultivo com maior valor de produção em Pernambuco em 2020, com R$ 425 milhões, a
goiaba teve um ganho de 8,4% em relação ao ano anterior, deixando o estado em primeiro
lugar nacional no faturamento da variedade. Isso ocorreu mesmo com a quantidade colhida
praticamente estável em 2020, de 206 mil toneladas e rendimento de 36,4 toneladas por
hectare.

CONCENTRADA

O valor gerado pela produção agrícola em Pernambuco se concentra em cinco culturas: a cana-de-açúcar, a uva, a manga, a banana e a goiaba. Elas respondem por 77,9% do valor de produção agrícola total do estado. Outras culturas importantes para a agricultura pernambucana são o feijão, a macaxeira, o tomate, o coco-da-baía e o milho.

Culturas temporárias como o feijão e o milho, que haviam sido prejudicadas por condições climáticas adversas ao longo da década passada, conseguiram se recuperar em 2020. “O
cenário foi favorável por conta de um bom ciclo chuvoso”, explica Remonde Gondim. NO ano passado, a área colhida do feijão aumentou 32,3%, passando para 162 mil hectares. A produção
também subiu, de 47 mil para 64 mil toneladas. Já o milho teve avanço de 82,5% na área
colhida, com 144 mil hectares, e triplicou a quantidade de toneladas produzidas, de 30 mil em
2019 para 92 mil toneladas no ano passado.

CIDADES

Em Pernambuco, os municípios com maior valor de produção no Estado estão ligadas à fruticultura irrigada e localizados onde essa atividade predomina que é o Sertão do São Francisco. Em primeiro lugar, está Petrolina, que, sozinha, foi responsável por 30,2% do montante de todo o Estado, ocupando a 27ª posição no ranking nacional. Foram R$ 1,64 bilhão em valor de produção agrícola, resultado que aumentou apenas 1% perante 2019.

Na sequência, estão outras duas cidades do sertão do São Francisco: Santa
Maria da Boa Vista, com R$ 331 milhões, faturamento 13,7% menor do que em 2019, e Lagoa
Grande, com R$ 279 milhões, 12,7% a menos do que no ano anterior.

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