Atualizada às 19h44
Em meios aos anúncios de cancelamento ou suspensão das festas públicas de Carnaval em municípios pernambucanos, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) sugere que é possível realizar as festas públicas, além das privadas, de maneira controlada. O diretor regional da Abrape, Waldner Bernado, sugere que o poder público use espaços como a Exposição de Animais, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, para a realização de shows públicos carnavalescos, podendo inclusive haver a cobrança da vacina contra a gripe para entrada.
"A gente entende e respeita todas as políticas e decisões técnicas, mas acima de tudo acreditamos na ciência e na vacinação. De forma prática, temos eventos desde outubro do ano passado, seguindo os protocolos, e a realização desse eventos só para vacinados não reverbera no número de internamentos e mortes. Sabemos da nova variante. mas mesmo assim, uma vez vacinada, as pessoas pegando ou transmitindo não têm complicações", afirma Waldner Bernado.
De acordo com ele, a categoria, que esteve reunida nesta quarta-feira (5), não pleiteia a realização do Carnaval como os pernambucanos estão acostumados, mas a tomada de uma decisão que não prejudique a classe artística.
"Sabemos que pode alguma coisa ser feita, sim, com responsabilidade e com controle. Por isso congregamos a classe artística e produtores. Tivemos agora há pouco o Carnatal, evento mara vacinados, com mais de 60 mil pessoas, e não reverberou em número negativos. tivemos a Fórmula 1, em São Paulo, que também não reverberou em número negativos. Temos agora um surto de gripe acontecendo, e estamos dispostos a cobrar, inclusive, a vacina da gripe. Precisamos nos adequar à realidade e gradativamente voltar a ter os eventos públicos e privados", defende.
Para o diretor regional da Abrepe, é possível realizar os eventos públicos de Carnaval nos moldes dos eventos privados que já vêm acontecendo no Estado. "O Carnaval público, sem o devido controle, não deve acontecer, temos plena consciência disso. O que estamos mostrando é que é possível fazer um Carnaval público controlado. Um exemplo prático é o Parque de Exposições do Cordeiro: dá para fechar e fazer um Carnaval que não deixa de ser público e será de forma controlada. Público ou privado, de forma controlada, dá para acontecer", sugere.
A realização do Carnaval ou não, no modelo que for, ainda dependerá de decisão do governo do Estado, que só deve sair ao fim do mês de janeiro. Até lá, os produtores esperam continuar se reunido com o governo e a prefeitura do Recife para tentar negociar as possibilidades.
Nesta quarta-feira (5), Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Bezerros anunciaram o cancelamentos das suas festas públicas de Carnaval. Maior polo da folia dentre os citados, em Olinda, a prefeitura decidiu suspender a festa pública e voltar a pagar um auxílio a catadores, blocos e artistas que fomentam a cultura carnavalesca. Um novo projeto de lei será enviado à câmara municipal para viabilizar a medida. O aporte inicial, na estimativa da gestão, gira em torno dos R$ 3 milhões.
O Recife optou por suspender a programação oficial do Carnaval deste ano.
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