A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta sexta-feira (7) os números do fechamento de 2021, com ligeira melhora na comparação com o ano de 2020, considerado crítico pela indústria. “A crise global de semicondutores provocou diversas paralisações de fábricas ao longo do ano por falta de componentes eletrônicos, levando a uma perda estimada em 300 mil veículos. Para este ano, a previsão ainda é de restrições na oferta por falta de componentes, mas num grau inferior
ao de 2021, o que projeta mais um degrau de recuperação”, afirmou o Presidente Luiz
Carlos Moraes.
PRODUÇÃO
Dezembro foi o melhor mês de 2021, com 210,9 mil veículos produzidos. Com isso, o ano fechou com 2.248,3 mil unidades, alta de 11,6% sobre 2020. No ranking global de produtores, o Brasil retomou a oitava colocação perdida no ano anterior para a Espanha. Para 2022, a expectativa é de um aumento de 9,4%, com 2,46 milhões de unidades produzidas.
O último mês do ano foi o de maior volume de vendas, com 207,1 mil unidades licenciadas. Mesmo assim, foi o pior dezembro em cinco anos. O acumulado chegou a 2,12 milhões de unidades, apenas 3% acima de 2020, o que manteve o Brasil na sétima colocação do ranking global, por poucas unidades atrás da França. Para este ano, a Anfavea projeta vendas de 2,3 milhões de veículos, uma alta de 8,5% sobre 2021.
EMPREGOS
As vagas diretas em fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus tiveram ligeira queda em relação a dezembro de 2020, de 0,2%. O setor fechou o ano com 101,1 mil empregados. O quadro é de estabilidade, apesar do fechamento de algumas fábricas no início de 2021 e das constantes paradas de produção em função da falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem.
Na primeira coletiva de imprensa do ano, o Presidente da Anfavea adotou um tom de otimismo moderado. “Temos uma indústria resiliente, que trabalhou de forma intensa para proteger seus funcionários nesses dois anos de crise, mitigar perdas e manter investimentos em produtos, dado que entramos em 2022 com uma nova e rigorosa fase do Proconve para veículos leves, que reduz ainda mais as emissões dos automóveis brasileiros”, destacou. “Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, que poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, concluiu Moraes.
LIDERANÇA
Prestes a completar um ano de operações, a Stellantis (grupo formado pela fusão das marcas Jeep, Fiat, Pugeot, Citroen, entre outras) é a maior empresa do setor automotivo na América do Sul e a Fiat é a marca mais vendida na região. A empresa liderou o mercado sul-americano em 2021, com 811,6 mil veículos vendidos, o equivalente a 22,9% de participação de mercado. Deste total, mais de 493 mil veículos são da Fiat, que conquistou a liderança de vendas na América do Sul, com 13,9% das vendas totais.
MAIS VENDIDO
Considerando o último resultado mensal do ano, a Stellantis totalizou 635,5 mil veículos vendidos no acumulado de 2021, respondendo por 32% do mercado brasileiro. De cada três veículos vendidos no Brasil ao longo do ano, um é produzido pela Stellantis.
Fiat é a marca líder do mercado, com 431 mil veículos vendidos, o equivalente a 21,7% de participação de mercado. A marca está 125 mil unidades à frente do segundo colocado. Em sexto lugar no ranking nacional de vendas no acumulado do ano, a marca Jeep somou mais de 148,7 mil unidades vendidas e 7,5% de participação. O veículo mais vendido no Brasil no ano é a picape Fiat Strada, com 109,1 mil unidades emplacadas e 5,5% das vendas totais de todas as marcas no mercado brasileiro.