O governo reduziu tributos de importação de etanol, alguns alimentos e bens de informática e de capital. De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, a renúncia fiscal total será de R$ 1 bilhão com as medidas. A redução será temporária, com duração até o fim do ano
Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no caso dos alimentos, serão reduzidos a zero itens da cesta básica com maior peso no INPC: café (que era de 9%), margarina (10,8%), queijo (29%), macarrão (14%), açúcar (16%) e óleo de soja (9%).
Também foi zerado o tributo sobre etanol, que era de 18%. A intenção é que, com isso, haja um impacto de R$ 0,20 no preço da gasolina, já que o etanol é misturado no combustível.
Esse efeito se dá porque o produto é adicionado à gasolina, além de ser um concorrente direto do combustível. Ele ressaltou que houve alta de 37% no preço do etanol nos últimos 12 meses, que acaba acompanhando o movimento de subida da gasolina. "Intenção é que com redução de tributo sobre importação de etanol haja choque de oferta", afirmou Ferraz. A medida passa a valer a partir de quarta-feira, 23, tanto no caso do etanol, quanto no dos alimentos.
Também foi reduzido em 10% a tarifa para importação de bens de informática e capital. No ano passado, o governo já havia feito uma primeira redução de 10% para esses produtos. A redução entra em vigor a partir de abril.
O corte foi aprovado em reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), grupo que reúne representantes de vários ministérios, além da Presidência.
INFLAÇÃO
A estimativa para o IPCA (índice de inflação oficial) de 2022 completou dez semanas em alta no Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira, 21. Com o impacto da disparada de preços de commodities (como o petróleo) provocada pela guerra na Ucrânia, a projeção passou de 6,45% para 6,59%. A estimativa era de 5,56% há um mês. O objetivo a ser perseguido pelo Banco Central este ano é de 3,50%.
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 7,1% em 2022 e 3,4% em 2023. Diante da volatilidade no mercado de petróleo causado pelo conflito no Leste Europeu, o colegiado ainda criou um cenário alternativo, com maior probabilidade, em que as previsões estariam em 6,3% e 3,1%, respectivamente.
O Relatório Focus trouxe leve alteração na previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que passou de 0,49% para 0,50%.