BRASIL

Auxílio Brasil: quase 3 milhões de famílias estão na fila de espera para receber o benefício, afirma CNM

Fila mais que dobrou em um mês, saltando de 1,307 milhão de famílias (2,1 milhões de pessoas) para 2,788 milhões de famílias

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 19/06/2022 às 13:14 | Atualizado em 19/06/2022 às 13:32
Programa Auxílio Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com informações do Estadão

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que 2,78 milhões de famílias estão na fila de espera para receber o Auxílio Brasil, o programa social instituído pelo governo Jair Bolsonaro que substituiu o Bolsa Família. O número mais que dobrou entre março e abril, quando era de 1,3 milhão.

Assim, a fila mais que dobrou, representando um crescimento de 116%. Salta de 1,307 milhão de famílias (2,1 milhões de pessoas) para 2,788 milhões de famílias (5,3 milhões de pessoas), faltando pouco mais de 401 mil famílias para se atingir o patamar anterior à transição dos programas, segundo apurou o Estadão.

A pesquisa foi feita nos 5.570 municípios do País, que, por serem responsáveis pelo cadastramento, sentem a cobrança da população e aumento da pobreza na região, segundo a CNM, que também aponta que a previsão orçamentária para o Auxílio Brasil deste ano não é mais suficiente para zerar essa fila. O orçamento previsto é de R$ 89 bilhões.

O aumento mostrado na fila é um dos reflexos apontados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em 8 de junho pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).

A pesquisa afirmou que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer no País, e que mais da metade da população brasileira (58,7%) vive hoje em situação de insegurança alimentar. Assim, regrediu a um patamar equivalente ao da década de 1990. O levantamento anterior, de 2020, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado para patamares equivalentes aos de 2004.

Ao Estadão, a socióloga e especialista em políticas públicas e gestão governamental Leticia Bartholo pontuou que as falhas estruturais no programa têm contribuído para acentuar os problemas, como a decisão de garantir um benefício mínimo de R$ 400 por mês para cada família.

"Além do desenho nada equitativo, o piso de R$ 400 gera incentivos para que pessoas que moram juntas se cadastrem separadamente. É uma espécie de desmembramento de famílias, que prejudica enormemente a qualidade dos dados do Cadastro Único e, com isso, sua capacidade de direcionar as políticas públicas à população mais vulnerável", disse.

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