Codevasf é alvo de operação da PF em investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro

Foram emitidos um mandado de prisão e 16 de busca e apreensão em cidades do Maranhão
Katarina Moraes
Publicado em 20/07/2022 às 14:05
ESTATAL Licitações foram feitas na sede e três superintendências Foto: DIVULGAÇÃO


Da Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (20) uma operação após ter constatado a existência de um esquema de lavagem de dinheiro na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Foram emitidos um mandado de prisão e 16 de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, no Maranhão.

A intenção é desarticular uma associação criminosa que é acusada de promover fraudes, desvios de recursos públicos a partir de licitações fraudadas e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf.

O esquema funcionava com a criação de empresas de fachada ligadas aos integrantes da associação criminosa que simulavam disputar entre si licitações da Codevasf. Ao final do procedimento, a empresa principal do grupo ganhava a licitação e fechava os contratos com a Codevasf.

"As diligências apontaram para a utilização do mesmo modus operandi [modo de operação], inclusive com as mesmas pessoas interpostas e empresas de fachada, de condutas realizadas em 2015, quando a Polícia Civil conseguiu identificar uma associação criminosa instituída para desviar recursos públicos do município de Dom Pedro/MA", informou a Polícia Federal.

Acrescentou que o esquema criminoso veio crescendo nos anos seguintes, passando a desviar verbas federais.

"O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs [Cadastro de Pessoas  Físicas] falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle", disse a PF. Ela não informou o nome do líder do grupo.

Ao todo, participam da operação 80 policiais federais. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, lavagem de capitais e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 16 anos de prisão.

Como a associação criminosa é liderada por um investigado apelidado de Imperador, a operação foi chamada de Odoacro, em referência ao sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano.

O que disse a Codevasf

"A Codevasf não teve acesso à decisão judicial que autorizou a operação policial, mas colabora com o trabalho realizado pelas autoridades policiais e proverá suporte integral às investigações. A Companhia mantém compromisso com a integridade de suas ações e com a elucidação dos fatos", disse, em nota enviada ao JC.

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