CAUTELA

'Responsabilidades fiscal e social andam sempre juntas', diz presidente do Itaú

Sem fazer referências diretas a Lula, Milton Maluhy diz que expansão fiscal excessiva tem efeitos negativos sobre a economia a longo prazo

Cadastrado por

Filipe Farias

Publicado em 11/11/2022 às 21:55
Milton Maluhy, presidente do Itaú Unibanco - Divulgação / Itaú

Da Estadão Conteúdo

O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, disse nesta sexta-feira, 11, que ainda é cedo para fazer um diagnóstico da situação das contas públicas no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele alertou, porém, que as responsabilidades fiscal e social andam juntas.

"Nós não temos todas as informações, então ainda é cedo para fazer um diagnóstico sobre a situação fiscal à frente", afirmou ele, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre.

Na quinta-feira, 10, Lula disse que a preocupação com a responsabilidade fiscal não pode vir à frente do social, e fez críticas às demandas do mercado financeiro sobre definições a respeito da política econômica que pretende seguir.

Maluhy não fez citações diretas a Lula, mas disse que a expansão fiscal excessiva tem efeitos negativos sobre a economia a longo prazo, ao desancorar expectativas, aumentar a inflação e os juros e gerar impactos sobre o câmbio. "Como temos dito sempre, a responsabilidade social e a responsabilidade fiscal andam sempre juntas", afirmou.

O presidente do Itaú apontou ainda que as reformas tributária e administrativa precisam ser prioridade, bem como o crescimento da economia e as políticas de redistribuição de renda.

Crescimento

Em relação ao banco, Maluhy disse que ainda há oportunidades de crescimento do crédito nos segmentos de varejo em que opera. Segundo ele, os ajustes nas concessões estão sendo feitos desde o final do ano passado, mas ele ainda vê espaço para avançar entre clientes de maior relacionamento. "Vemos uma oportunidade de aprofundar o relacionamento com os clientes que nós já conhecemos."

Ainda assim, ele antevê um crescimento mais modesto no ano que vem, tanto por causa dos ajustes na concessão, agora mais rigorosa, quanto pelo efeito base, dado que 2022 foi um ano de crescimento ainda robusto e reabertura total das atividades após as restrições da pandemia.

Maluhy descartou, porém, que o Itaú esteja excessivamente cauteloso. "Continuamos muito focados na entrega de resultados. A cautela é na tomada de risco", disse ele.

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