Sete anos após a instalação do Polo Automotivo Stellantis de Goiana – na Zona da Mata Norte do Estado – é possível dizer que o setor de automóveis e autopeças está mudando o perfil econômico e social da região e provocando uma transformação profunda na economia local.
Inaugurado em 2015, com investimento de R$ 11 bilhões para a implantação da fábrica de veículos e do Parque de Fornecedores, hoje com 16 empresas – num ciclo de investimentos de mais R$ 7,5 bilhões até 2025 –, o Polo Automotivo da Stellantis em Pernambuco consolida-se como um promissor segmento produtivo na região Nordeste.
Os recursos têm sido investidos no desenvolvimento de produtos, na qualificação profissional e na atração de novos fornecedores. Um estudo desenvolvido pela Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) aponta como a implementação do Polo Automotivo Stellantis de Goiana – onde são fabricados veículos das marcas Jeep e Fiat – está mudando a região, levando Pernambuco a outro patamar de geração de emprego, renda e desenvolvimento tecnológico.
“Quando a empresa decidiu instalar a nova planta em Pernambuco, sabíamos que o desafio seria grande, mas viável, devido à realidade que encontramos aqui. Não havia tradição industrial na região, mas havia pessoas com grande potencial de desenvolvimento. Fizemos a opção de construir a fábrica de veículos no mesmo perímetro industrial que o parque de fornecedores integrado.”
“Isto tornou o Polo Automotivo de Goiana um complexo otimizado, que oferece ganhos logísticos e operacionais. Passados sete anos desde a inauguração, vemos que o resultado foi positivo. O Polo Automotivo de Goiana está na vanguarda mundial da tecnologia e da inovação no grupo”, ressalta Mateus Marchioro, plant manager da Stellantis em Goiana.
Um dos aspectos destacados no estudo da Ceplan é o dinamismo na geração de empregos, com crescimento médio de 5,6% ao ano. Nos primeiros quatro anos de operação, a empregabilidade aconteceu principalmente com a expansão das instalações da fábrica do grupo.
Nos anos seguintes, de forma complementar, o crescimento no volume de empregos tem sido estimulado pela cadeia de fornecedores da Stellantis – com repercussão significativa nos municípios da região.
No município de Bonito, por exemplo, no Agreste pernambucano, a instalação de uma fábrica de chicotes elétricos é responsável por empregar 1/3 da mão de obra local.
Já em Goiana – sede da unidade fabril – ¼ dos empregos formais estão vinculados aos fornecedores da planta de veículos da Stellantis, que somados aos trabalhadores que atuam diretamente na fábrica, corresponde à metade dos empregos gerados no município da Zona da Mata Norte.
Ainda segundo o estudo da Ceplan, 21% dos trabalhadores da Stellantis são residentes em Goiana e 50% são de cidades diretamente ligadas à região, como Abreu e Lima, Araçoiaba, Condado, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itapissuma, Itaquitinga e Paulista.
Marchioro ressalta que o percentual alto de empregabilidade só se tornou possível por causa de parcerias estratégicas com universidades, institutos de pesquisa e de ensino, centros de fomento e outras instituições de educação e formação.
“Nossa estratégia é a capacitação constante, para revelar e desenvolver talentos e competências. Como resultado das competências que desenvolvemos e acumulamos, produzimos no Polo atualmente quatro modelos de destaque e conseguimos desenvolver pessoas e inovações que se tornaram referência para outras plantas do mundo”, destaca o executivo.
Esses avanços também podem ser percebidos na evolução do PIB da região. Desde o início da implantação do parque industrial, o município de Goiana saiu da 13ª posição em relação ao PIB estadual, em 2010, com 0,93% (R$ 901,5 milhões), para a 4ª posição em 2019 – com R$ 10,2 bilhões (5,17% do PIB).
De 2015 a 2019, o PIB do Estado cresceu em média 0,5% ao ano, enquanto a área de influência da Stellantis aumentou 6,3% ao ano, e Goiana registrou elevação de até 20,5% ao ano.