A taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto ficou em 7,8%, ante 7,9% em julho, configurando o menor índice de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%). O dado foi divulgado ontem pelo IBGE, que destacou ainda o crescimento da massa de salários nos últimos 12 meses. O volume em circulação avançou R$ 15,162 bilhões, para o recorde de R$ 288,946 bilhões. Em relação a agosto de 2022, foi uma alta de 5,5%.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o resultado é explicado por um mercado de trabalho com mais pessoas ocupadas, diante da expansão do número de vagas. Em apenas um trimestre, mais 1,254 milhão de pessoas passaram a trabalhar, somando 99,653 milhões de trabalhadores ocupados no País.
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Ao mesmo tempo, 528 mil brasileiros deixaram o desemprego. A população desempregada desceu a 8,416 milhões, menor patamar desde 2015. O total de inativos também diminuiu no trimestre - menos 347 mil pessoas nessa condição. Ainda pelos dados do IBGE, as atividades informais (sem carteira assinada) responderam por 39,1% do total de vagas.
"Essa massa cresce, fundamentalmente, porque tem mais gente trabalhando", afirmou Adriana. "A gente tem observado que essa queda de desocupação está relacionada a um processo de expansão do número de trabalhadores em diversas atividades. Apenas a indústria não teve retenção de trabalhadores."
A melhora no desemprego é explicada tanto pela sazonalidade favorável quanto pelo dinamismo da atividade econômica, avaliou a coordenadora do IBGE. O retorno do comportamento do mercado de trabalho ao padrão na pré-pandemia tem influência na evolução positiva vista ao longo do ano, mas houve contribuição também do crescimento econômico.
"Um contexto macroeconômico favorável rebate positivamente no mercado de trabalho", lembrou Adriana. "O mercado de trabalho segue dando suporte ao consumo das famílias e mantém a resiliência do setor de serviços", completou João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da gestora de recursos Kínitro Capital.
Das dez atividades econômicas pesquisadas pelo IBGE, nove registraram contratações no trimestre encerrado em agosto ante maio, embora na maioria dos casos a variação não tenha sido estatisticamente significativa. A ampliação de vagas ocorreu em: alojamento e alimentação (119 mil); informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (275 mil); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (422 mil); construção (27 mil); outros serviços (51 mil); comércio (189 mil); serviços domésticos (164 mil); agricultura (61 mil); e transporte e armazenagem (72 mil). O único setor com demissões foi a indústria - 114 mil vagas a menos.