O zagueiro Alessandro Favalli, da Reggio Audace, time da Série C, é um dos jogadores acometidos pela Covid-19 na Itália. Em entrevista ao portal britânico BBC Sport, o atleta falou sobre os sintomas, as dificuldades do isolamento e a frustração com as autoridades do futebol no país. A Itália é o lugar mais afetado pela doença, depois da China.
Favalli começou a se sentir mal no dia 2 de março, com febre, dor de cabeça e uma ardência nos olhos. Durante a madrugada, o jogador passou a tremer de frio, já com sintomas. A febre não passava dos 37,8ºC, disse o jogador. Ele fez o teste apenas na sexta-feira daquela semana, se sentindo melhor.
O zagueiro suspeitava da doença. Toda a família dele apresentava os mesmos sintomas, depois de jantarem juntos dias antes. "O coronavírus já era destaque na mídia e as pessoas já haviam sido infectadas na minha área, então soube logo o que tínhamos", disse Favalli à BBC.
Depois de falar com a família, o jogador se isolou em um quarto na casa em que mora com a esposa. Para se alimentar, o atleta recebia as refeições dela na porta do quarto. Ela deixava o prato e ele pegava em seguida. A preocupação do jogador era com parentes que estavam com sintomas mais fortes, já que ele passou a se sentir melhor mais rápido.
Agora, o italiano fará um novo exame neste sábado, duas semanas depois de ter sido diagnosticado com a doença. "Se der negativo, terei que repetir em alguns dias e confirmar o resultado", explicou.Favalli foi diagnosticado com o coronavírus no dia 6 de março, sendo o segundo jogador no país confirmado, depois de King Udoh, da Pianese.
"O isolamento é mentalmente difícil. Eu moro com a minha esposa, tenho minha família e amigos aqui perto. Treino todos os dias com meus companheiros de time", listou. Por enquanto, isso não é importante, mas a melhora de saúde.
Por isso, ele ficou chocado com a demora na paralisação do futebol no país. A suspensão das competições aconteceu apenas no dia 10 de março. "Estava pessoalmente envolvido e fiquei chocado em ver clubes profissionais e ligas querendo continuar jogando. Mesmo de portões fechados era uma decisão errada."
Ao final da entrevista, Favalli desabafou. Na visão do zagueiro, se um jogador da primeira divisão italiana tivesse sido um dos primeiros diagnosticados, a paralisação não tardaria. "Espero que possamos voltar a jogar logo, mas isso é secundário e muito difícil de imaginar agora", concluiu.