Uma contra-proposta satisfatória. Foi assim que entendeu Alfredo Sampaio, Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (presidente da Fenapaf), em relação ao acordo proposto pela Comissão Nacional de Clubes para férias coletivas devido à pandemia do coronavírus, que resultou na paralisação do futebol em todo o Mundo. Se no primeiro contato com o sindicato dos atletas, os representantes dos clubes e a CBF apresentaram a possibilidade de dar 30 dias de férias (o mês de dezembro jogaria normalmente) e a redução de 50% da remuneração (carteira e imagem) no período de paralisação, agora o discurso mudou.
De acordo com a nova proposta da Comissão Nacional de Clubes, a ideia é de diminuir o período de férias, passando para 20 dias (os dez dias restantes seriam gozados em dezembro ou no início de janeiro, a depender de como o calendário será reorganizado), além de ser reduzido apenas 25% do salário na carteira e direito de imagem nesse período de inatividade - como prevê o artigo 503 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Entretanto, apesar de essa segunda conversa ser tentadora para um desfecho positivo, Alfredo Sampaio, presidente da Fenapaf, alertou para um pleito importante levantado pelos jogadores: salários ainda em aberto. "A contraproposta, ao meu modo de ver, foi boa. Não foi ruim não. Principalmente se comparada com a primeira. Houve um avanço, mas temos de ouvir os atletas. Há um fator complicador, que é o argumento real dos salários atrasados. Então, estamos conversando e vendo a melhor solução. Como diz a nota, temos um prazo de 48h para nos manifestarmos e dizer a nossa posição final dos atletas", explicou o representante dos jogadores a nível nacional, em entrevista ao repórter Wellington Campos.
Alfredo Sampaio reconhece que essa indefinição não é bom para nenhuma das partes. "A Fenapaf centraliza essa discussão em um grupo (de whatsapp) grande de jogadores e temos de levar em consideração todos os pontos levantados pelos atletas, principalmente esse dos salários atrasados. Esse impasse é ruim para todos e para os atletas também, porque eles têm de saber o que vem pela frente. É momento de ouvir e chegar a uma conclusão... Se a contraproposta feita será aceita ou não", concluiu.
Em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol acredita que esse impasse terá um desfecho positivo. "Acho que finalmente encontramos um meio termo. Todos estão absolutamente conscientes em resolver os problemas dos atletas e a proposta final está praticamente aceita e devemos bater o martelo amanhã", afirmou. Já o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Pernambuco, ex-centroavante Ramon Ramos, se posicionou a favor de um acordo. "O sindicato não concordou com a primeira proposta por ser inviável. A segunda é viável por ser embasada na CLT e os 25% da redução do salário podem ser aceitos pelos jogadores. Estamos aguardando as respostas dos líderes. Todos sabem que o acordo é a melhor saída", explicou.