Fórmula 1

Com a força da família, Sainz chega na Ferrari e sonha ser novo Alonso

Filho do bicampeão mundial de rally Carlos Sainz, que o iniciou no kart, o novo ferrarista, de 25 anos, tem o primo como o empresário e está sempre em companhia da mãe e da irmã caçula

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Publicado em 14/05/2020 às 14:32 | Atualizado em 14/05/2020 às 14:36
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Carlos Sainz ficará no lugar de Vettel na Ferrari a partir de 2021 - FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ciro Campos

Para enfrentar a pressão de ser piloto da Ferrari a partir do próximo ano, o espanhol Carlos Sainz Junior vai contar com o apoio familiar e toda a torcida de um país que se tornou fanático pela Fórmula 1. Aos 25 anos, o substituto do tetracampeão Sebastian Vettel na escuderia italiana vai encarar a missão mais importante da carreira movido pelo sonho de repetir os passos do compatriota Fernando Alonso e também de igualar a trajetória vitoriosa do pai, multicampeão no rali.

O anúncio da Ferrari da saída de Vettel e a escolha da Ferrari por Sainz, atualmente na McLaren, mostra o quanto os dirigentes de Maranello confiam no talento do espanhol para reverter a sequência de insucessos. A escuderia mais vitoriosa da história da Fórmula 1 não comemora um título de construtores desde 2008 e um de pilotos desde 2007. É muito tempo para quem se acostumou a dominar a categoria. Desde então, os italianos não conseguiram voltar a ser campeões mesmo quando contaram com pilotos como Alonso, Kimi Raikkonen e o próprio Vettel. Quem tem dominado a competição desde 2014 é a Mercedes, com seis títulos consecutivos.

Para conter a tamanha expectativa sobre a sua chegada, o mais novo ferrarista tem a família como um forte amparo. O pai, que também se chama Carlos Sainz, é um dos seus grandes mentores. Bicampeão mundial de rali e até hoje na ativa em competições como o Rally Dakar, ele foi quem iniciou o filho no kart ainda cedo. Os dois têm uma relação muito próxima e quase sempre estão juntos nas corridas de Fórmula 1 pelo mundo.

A família Sainz, aliás, é figura recorrente nas provas do calendário. O agora piloto da Ferrari tem como empresário o seu primo, Carlos Oñoro. Os dois moram juntos na Inglaterra e tiveram o cotidiano retratado em detalhes em vários episódios da série "Dirigir para Sobreviver", que foi feita para o Netflix e mostra os bastidores da Fórmula 1. Além do primo e do pai, o piloto está sempre na companhia da mãe e da irmã mais nova.

Videogame, surfe, artes marciais e Real Madrid

O jovem de 25 anos vai encontrar uma Ferrari também em processo de renovação. O companheiro de equipe dele será o monegasco Charles Leclerc, de apenas 22 anos. Sainz gosta de videogame, em especial de jogos de futebol. Torcedor fanático do Real Madrid, o piloto mantém a forma com treinos de artes marciais e quando está no verão, surfa, anda de barco e como quase todo espanhol, gosta de uma paella.

Sainz iniciou no automobilismo enquanto observava o compatriota Alonso ganhar dois títulos mundiais. Os dois chegaram a ser contemporâneos na Fórmula 1 por quatro temporadas e se tornaram amigos. Quando o bicampeão deixou a McLaren no fim de 2018, coube ao espanhol mais novato ocupar o posto na equipe e também a carregar a expectativa de um país que passou a se acostumar com o protagonismo na categoria.

Até Alonso começar a brilhar, no começo dos anos 2000, nenhum piloto espanhol havia vencido uma prova na Fórmula 1 ou sido pole position. Depois disso, o hino do país e as bandeiras amarelas e vermelhas começaram a tomar conta dos autódromos pelo mundo, processo testemunhado pelo então menino Sainz. Agora na Ferrari, é a grande chance dele escrever um novo capítulo desta relação entre Espanha e Fórmula 1.

Nas cinco temporadas na Fórmula 1, Sainz teve como melhor resultado a terceira posição no GP do Brasil do ano passado pela McLaren. A última temporada foi a melhor dele na carreira, ao terminar na sexta posição do mundial.

Para o lugar de Sainz, nesta quinta-feira foi a vez de Daniel Ricciardo ser anunciado pela McLaren para ser o colega de Lando Norris na equipe a partir da próxima temporada. O australiano desistiu do projeto que vinha realizando com a Renault.


A FERRARI NA ÚLTIMA DÉCADA

2010: Fernando Alonso (vice) e Felipe Massa (6º lugar)

2011: Fernando Alonso (4º lugar) e Felipe Massa (6º lugar)

2012: Fernando Alonso (vice) e Felipe Massa (7º lugar)

2013: Fernando Alonso (vice) e Felipe Massa (8º lugar)

2014: Fernando Alonso (7º lugar) e Kimi Raikkonen (12º lugar)

2015: Sebastian Vettel (3º lugar) e Kimi Raikkonen (4º lugar)

2016: Sebastian Vettel (4º lugar) e Kimi Raikkonen (6º lugar)

2017: Sebastian Vettel (vice) e Kimi Raikkonen (4º lugar)

2018: Sebastian Vettel (vice) e Kimi Raikkonen (3º lugar)

2019: Sebastian Vettel (5º lugar) e Charles Leclerc (4º lugar

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