Sport, Santa Cruz e Náutico se manifestam contra a LGBTfobia

Em 17 de maio é comemorado o Dia Internacional de combate a LGBTIfobia
Karoline Albuquerque
Publicado em 17/05/2020 às 17:44
Os clubes usaram as redes sociais para se posicionar. Foto: DIVULGAÇÃO SPORT e SANTA CRUZ


Como é possível que alguém morra só por não amar como "todo mundo"? A LGBTfobia foi a causa da morte violenta de 329 pessoas no Brasil o ano de 2019, sendo homicídios em 90,3% dos casos. No dia 17 de maio é comemorado o Dia Internacional de combate a LGBTIfobia, com o objetivo de chamar atenção para o preconceito e violência sofridas por esse grupo. Neste domingo (17), Sport, Náutico e Santa Cruz mais uma vez se posicionaram contra a homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia nas redes sociais.

Logo de manhã, o Sport destacou a data nas redes sociais. "Homofobia é crime. Denuncie: disque 100", publicou o Leão. Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a LGBTfobia é crime, equiparado ao racismo, inafiançável, imprescritível e com pena de até 3 anos.

O Santa Cruz voltou a utilizar a hashtag #SantaDeTodos. "Respeitar é um dever de TODOS NÓS, vamos dizer NÃO ao PRECONCEITO!", diz o texto do clube. Na imagem, o clube ressalta que a luta também é do Tricolor. Há 30 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou de classificar a homossexualidade como doença. 

Às 16h, foi a vez do Náutico. "4 da tarde. A cada 16 horas, entre 2011 e 2018, uma pessoa perdeu sua vida vítima de LGBTfobia no Brasil. Pessoas que choram, aplaudem e torcem pelo seu time. Que querem só o direito de viver em paz, dentro e fora dos estádios. Não é favor, é obrigação", publicou o Timbu, com um vídeo em que dois torcedores homossexuais destacam o amor ao Alvirrubro.

Além do Trio de Ferro da capital pernambucana, o Salgueiro também entrou em campo. " Salgueiro é contra qualquer tipo de preconceito e, por isso, apoia o Dia Internacional contra a Homofobia", escreveu o Carcará, no Instagram.

 
 
 
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O Salgueiro é contra qualquer tipo de preconceito e, por isso, apoia o Dia Internacional contra a Homofobia

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Na Série A, até o fechamento desta matérias, quatro clubes deixaram de se manifestar: Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo e Coritiba. O silêncio foi maior na Série B, com nove clubes sem posicionamento. Já na Série C, apenas Remo, Paysandu, Londrina e São José-RS publicaram apoio à causa.

De acordo com o levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), nos 100 primeiros dias de 2020, foram registradas 102 mortes violentas de pessoas LGBT no Brasil. Das vítimas, 91 foram assassinadas e 11 cometeram suicídio. O relatório completo de 2019 aponta que, dos 329 mortos, 174 eram gays (52,8%), 118 travestis e transexuais (35,8%) - número possivelmente subnotificado-, 32 eram lésbicas (9,7%) e 5 bissexuais (1,5%).

Um terço das mortes aconteceram dentro da casa das próprias vítimas. As vítimas eram, em sua maioria, pessoas entre 20-50 anos. A mais jovem era uma menina lésbica de apenas 14 anos, e Paulista, cidade da Região Metropolitana do Recife (RMR). O mais velho, um senhor aposentado de 69 anos, no Paraná.

O Nordeste é a região no topo da sangrenta lista, com 35,5% dos casos, seguida do Sudeste, com 29,7%. Todos os 26 estados e o Distrito Federal registraram mortes de pessoas apenas por serem LGBTs. Em Pernambuco, terceiro estado com mais casos (atrás apenas de São Paulo e Bahia), 26 pessoas foram vítimas fatais da LGBTfobia, e o Recife, a sétima capital.

Apesar do número total de vítimas no país por LGBTfobia ter caído (foram 420 em 2018 e 445 em 2017), Pernambuco registrou aumento. Em 2019, fora 15 casos registrados no estado.

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