Há 70 anos, Ademir Menezes marcava primeiro gol da Copa de 1950

"Ademir, na época dele, era o melhor jogador do mundo", afirmou o ex-jogador e ex-técnico do Santa Cruz Evaristo de Macedo
Karoline Albuquerque
Publicado em 24/06/2020 às 18:16
Ademir Menezes foi o artilheiro da Copa 1950. Foto: DIVULGAÇÃO/FIFA


Diferente das atuais edições, a Copa do Mundo de 1950 começou no final do mês de junho. Naquele ano, o Brasil sediou a competição pela primeira vez e, apesar da derrota para o Uruguai na decisão, um jogador recifense escreveu o nome na história: Ademir Menezes. No dia 24 de junho de 1950, o pernambucano marcou o primeiro gol do primeiro Mundial pós-guerra.

Os 70 anos daquela estreia foi relembrado pela Fifa com um destaque para a cidade natal. "As águas tropicais do Recife são um santuário para tubarões. E por isso, 'A Veneza Brasileira' deu luz a um dos mais mortais predadores da história. Suas vítimas eram oponentes do Sport, Vasco, Fluminense e do Brasil durante uma excepcional e inovadora carreira de 1938 a 56", diz a publicação da entidade internacional de futebol.

 

E, de fato, Ademir Menezes foi mortal naquela Copa, única que disputou em sua carreira. Logo na estreia, marcou dois gols na vitória por 4x0 sobre o México, diante de mais de 80 mil torcedores no estádio do Maracanã, justamente o primeiro jogo oficial do histórico estádio carioca.

O jogo seguinte, empate em 2x2 com a Suíça, foi único em que o pernambucano passou em branco (além da sofrida final, claro). No terceiro jogo da primeira fase, o ponta de lança abriu o placar aos 4 minutos, na vitória por 2x0 sobre a Iugoslávia. Mais uma vez no Maracanã e, desta vez, com 142 mil torcedores como testemunhas.

Se depois de 2014, 7x1 é um placar traumático, o resultado era o oposto em 1950. Ao abrir o quadrangular final daquela Copa, o Brasil enfrentou a Suécia, no mesmo palco, com 138 mil expectadores. Ademir Menezes, novamente, foi o responsável por abrir o placar, aos 17 minutos. Depois, mais três gols do Queixada, apelido do pernambucano, aos 36 do primeiro tempo e, no segundo tempo, aos 7 e aos 13 minutos. Chico e Maneca completaram a goleada.

Quatro dias depois, em 13 de julho, a vítima do mortal artilheiro foi a Espanha. O primeiro gol da partida ficou dividido entre Ademir e o espanhol Parra, contra. Para não deixar dúvidas, o atacante marcou mais um no segundo tempo, participando do placar de 6x1. A final contra o Uruguai, porém, é melhor esquecer.

"Ademir, na época dele, era o melhor jogador do mundo. Quando ele finalizava no gol, não falhava", afirmou o ex-jogador e ex-técnico do Santa Cruz Evaristo de Macedo. Outro contemporâneo do pernambucano, Jair, tinha opinião semelhante. "Ele foi um dos melhores jogadores que o Brasil já viu."

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