AFP
O Brasil vai começar esta semana a vacinar contra a covid-19 os atletas e membros de comissões técnicas que participarão dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, informou o Ministério da Saúde. O ministro Marcelo Queiroga especificou em entrevista coletiva que 1.814 pessoas serão vacinadas, entre atletas olímpicos e paralímpicos, técnicos e jornalistas que viajarão ao Japão.
A imunização terá início nesta quarta-feira (12) e será realizada "contando com o apoio das empresas farmacêuticas que doaram doses para o nosso programa de imunização de tal maneira que não vai desfalcar o programa de imunização", acrescentou.
O Brasil espera receber 4.050 doses de Pfizer e 8.000 de coronavac, provenientes do laboratório chinês Sinovac. As demais doses serão integradas à campanha nacional de vacinação.
Com 212 milhões de habitantes, o Brasil enfrentou altos e baixos em sua campanha de vacinação contra o coronavírus. Até o momento, apenas 18,2 milhões de pessoas receberam as duas doses (8,6% da população).
Especialistas concordam que o Brasil, apesar de seu programa de vacinação pública reconhecido internacionalmente, iniciou a vacinação contra o coronavírus tardiamente, devido à demora do governo federal em negociar a aquisição das doses com as empresas farmacêuticas.
O presidente Jair Bolsonaro questionou repetidamente a eficácia das vacinas e minimizou a gravidade da covid-19, que ele chegou a chamar de "gripezinha".
Na terça-feira (12), Queiroga, seu quarto ministro da Saúde, afirmou que o governo vê a vacinação como "o passaporte para acabar com a pandemia". O Brasil é o terceiro país com mais casos (mais de 15 milhões) e o segundo em número de mortes (423.229).
A vacinação do contingente de pessoas que viajarão ao Japão acontecerá em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
O prazo para a aplicação da segunda dose é 21 de junho, duas semanas antes da viagem ao Japão e 33 dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, previstos para acontecerem de 23 de julho a 8 de agosto, informou em um comunicado o Comitê Olímpico do Brasil (COB).
A vacinação contra a covid-19 não é obrigatória para participar do evento olímpico, que foi adiado em um ano devido à pandemia.
Marco La Porta Junior, vice-presidente do COB, elogiou a iniciativa e afirmou ser a "missão mais desafiadora pela qual o COB já passou durante toda a história do esporte olímpico brasileiro".