Caeleb Dressel e Katie Ledecky lideram uma equipe de natação dos Estados Unidos renovada na era pós-Michael Phelps, cujo objetivo é fortalecer o domínio nesse esporte, onde a grande rival é a Austrália.
Os nadadores americanos dominam as piscinas: na Rio 2016 conquistou 33 medalhas, 16 delas de ouro, permanecendo no quadro de medalhas bem à frente da Austrália, a outra grande potência da modalidade (10 medalhas no total).
Mas sem o agora aposentado Phelps, principal nome da equipe nas últimas quatro Olimpíadas, e outros veteranos que fracassaram na tentativa de classificação (Ryan Lochte, Nathan Adrian e Tony Ervin), o 'Time dos EUA' se apresentará a partir de sábado em Tóquio totalmente renovado.
Com um horário adaptado para atender a demanda das emissoras norte-americanas (com as finais sendo disputadas nas manhãs de Tóquio e as eliminatórias à tarde), os Estados Unidos contam com 35 'estreantes' (o maior número desde 1996), 11 deles adolescentes, para estender seu domínio nas piscinas.
"Acredito que todos nós da equipe temos que dar o nosso melhor porque o que eles deixaram de legado é gigantesco", disse a estrela de Dressel em referência às conquistas da 'geração Phelps', da qual ele é considerado o herdeiro.
Dressel, de 24 anos, tem duas medalhas de ouro conquistadas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, mas nenhuma em provas individuais, embora desde a última edição dos Jogos Olímpicos tenha se tornado uma das grandes estrelas da natação mundial, com 13 títulos acumulados nas duas últimas Copas do Mundo.
O atleta nascido na Flórida vai competir nos 50m e os 100m livres, além dos 100m borboleta, três provas nas quais é o atual campeão mundial, com a possibilidade de participar também na provas de revezamento.
A equipe americana também terá outros medalhistas no Rio, como Ryan Murphy (100 e 200 m costas), Lilly King (100 m peito) e Simone Manuel, embora vá competir nos 500m livres e não nos 100m que venceu na cidade brasileira.
Porém, a verdadeira líder será Katie Ledecky (quatro ouros em 2016), que também enfrentará um programa bastante movimentado em Tóquio: 200m, 400m, 800m e 1500m livres, este último uma distância que abre (na categoria feminina) o programa olímpico.
Espera-se um duelo espetacular de Ledecky com a australiana Ariarne Titmus, que a derrotou nos 400m da Copa do Mundo de 2019. Apelidada de 'A Exterminadora', Titmus alcançou o segundo melhor tempo da história nos 200m e 400m nas classificatórias australianas, e alcançou seu recorde pessoal nos 800m. Porém, ela sabe que não será fácil derrotar sua rival americana.
"Vou ter que estar na melhor forma para vencer a Katie na piscina", admitiu Titmus.
Outro grande trunfo da equipe australiana será Kaylee McKeown, que em junho quebrou o recorde mundial nos 100m costas e tem os melhores marcas do ano nos 200m costas e 200m.
A Austrália conta com uma equipe na qual estreantes (21 ao todo) se misturam a veteranos como Emily Seebohm e Cate Campbell, que participarão pela quarta vez de uma olimpíada.
Emma McKeon (que não é parente de Kaylee) também aparece como a grande favorita nos 100m livre, à frente de sua compatriota Campbell e da recordista mundial sueca Sarah Sjostrom, mas que não chega em melhor forma após quebrar o cotovelo em fevereiro.
Apesar do poder dos americanos e australianos, a competição de natação não será uma disputa apenas entre esses países e muitos nadadores esperam entrar de penetra no topo do pódio.
A Hungria, terceira no quadro de medalhas na Rio 2016, conta como protagonistas Kristof Milak, que surpreendeu o mundo ao bater o recorde de Phelps nos 200m costas, em 2019, e com a 'Dama de Ferro' Katinka Hosszu, que em sua quinta participação nos Jogos vai tentar manter os títulos nos 200 e 400m medley, embora não nos 100m costas, distância em que não vai competir (participando também nos 200m costas e nos 200m borboleta).
Já a japonesa Daiya Seto comanda a equipe anfitriã, que tem como principal trunfo as provas de revezamento, enquanto Adam Peaty buscará se tornar o primeiro nadador britânico a defender um título olímpico, os 100m peito, prova da qual é recordista mundial.
A China não poderá contar com sua grande estrela, o tricampeão olímpico Sun Yang, que cumpre sanção por violar o código antidoping, por isso as esperanças do gigante asiático recaem sobre Zhang Yufei, considerada pela imprensa de seu país como a "nova rainha da borboleta".
Para a Espanha, todo o peso da equipe recairá sobre Mireia Belmonte, que apesar dos problemas na preparação devido a uma lesão no ombro que a levou a desistir dos 200m borboleta, prova em que foi campeã no Brasil há cinco anos, se concentrará em distâncias maiores e menos explosivas (800 e 1500m estilo livre e 400m braçadas).
O jovem Hugo González de Oliveira, de 22 anos, é a outra esperança da equipa espanhola, e vai participar nas modalidades dos 200m, prova em que é o atual campeão europeu e detém o quarto melhor tempo entre todos os participantes, e nos 100m costas, distância em que é vice-campeão continental.
Principal potência da natação latino-americana, o Brasil, apresenta o veterano Bruno Fratus como principal candidato à medalha, nos 50m livre, prova que venceu nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.
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