Na noite da última terça-feira (13), o programa Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, teve como convidado o bandeirinha pernambucano, John Andson.
Aos 33 anos, ele está no quadro de arbitragem da CBF desde 2019, mas afirma que está sendo boicotado pela entidade máxima do futebol brasileiro. O motivo: sua orientação sexual. Ele é homossexual assumido e diz que, por isso, não vem tendo oportunidades de mostrar o seu trabalho.
"Vêm acontecendo algumas coisas nesse caminhar que não são justas. Não é uma escolha. Eu não escolhi ser homossexual, isso é uma orientação. Não é assim, dizer que hoje vou gostar de homem ou hoje vou gostar de mulher. Quem pensa dessa forma, está muito enganado. Eu venho enfrentando algumas dificuldades que só Deus sabe", desabafa o recifense.
Em 2020, seu primeiro ano atuando, John foi escalado para 15 partidas, incluindo as Séries B, C e D, além da Série A Sub-20. No ano passado, seus trabalhos caíram para 10 jogos e em 2022, foram limitados a apenas seis.
"Se o presidente (de arbitragem da CBF) escolheu os melhores, porque tirar um assistente que não teve um erro de impedimento? O portal do árbitro está ai pra quem quiser ver. Então, porque eu fui excluído do sistema? Eu queria fazer essa pergunta para o Luiz Seneme. Porque tirar um árbitro que nunca errou no processo? Será que ele não tem informação? Será que a CEAF (Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol) não passa essa informação pra ele? Qual a forma que ele seleciona? Qual o processo que é dado? Porque os árbitros estão sendo repetidos?", questionou.
Em seu histórico, John Adson esteve à beira do gramado como bandeirinha em jogos de gigantes brasileiros. Foram os casos de partidas como o Botafogo, Santos, Bahia, Sport, Fortaleza, Ceará, Juventude, Cuiabá, entre outros.
Apesar do baixo histórico de erros, segundo ele, isso nunca foi um fator considerado pela CBF, que vem lhe boicotando.
"No meu primeiro ano de profissional, eu fiz cinco jogos na Série B e não tive um erro. Eu marquei 12 impedimentos, todos corretamente. Eu sei que vou sofrer retaliação da CBF, mas esse escudo que eu tenho no peito, da CBF, eu tenho orgulho. Pela competência técnica que eu tenho dentro de campo, o que eu faço fora dele, pouco importa. Eu tenho que ser julgado pelo que eu faço dentro de campo. Ou seja, esse escudo de nada vale, se eles não fizerem por onde", finalizou.