Argentina se prepara para receber Messi e outros heróis campeões da Copa do Mundo nesta terça-feira

Torcedores argentinos vão comemorar com os jogadores região do Obelisco, em Buenos Aires
Filipe Farias
Publicado em 19/12/2022 às 20:08
Jogadores da seleção argentina vão comemorar o título nesta terça-feira (20), na região do Obelisco, em Buenos Aires Foto: Reprodução do Twitter / @Argentina


Da AFP

O craque Lionel Messi e seus companheiros serão recebidos como heróis na terça-feira (20) em Buenos Aires, onde milhões de argentinos aguardam a chegada da seleção para comemorar juntos o título da Copa do Mundo, o terceiro da 'Albiceleste' na história.

"Assim que chegarem consagrados, temos que recebê-los e dizer: 'Obrigado, rapazes'", disse à AFP José Luis Quiroga, de 56 anos, na região do Obelisco, local que os jogadores escolheram para festejar seu retorno à Argentina.

"O elenco campeão do mundo partirá na terça-feira ao meio-dia até o Obelisco para comemorar o título mundial com seus torcedores. Sim, somos campeões do Mundo!", escreveu o perfil da seleção no Twitter.

Assim que terminou a disputa de pênaltis, em que a Argentina venceu a França (4 a 2) após os 90 minutos (2 a 2) e a prorrogação (3 a 3), milhões de pessoas correram para as ruas de Buenos Aires e demais cidades argentinas para celebrar o terceiro título mundial deste país apaixonado pelo futebol.

Messi coroou assim sua brilhante carreira com o único troféu que lhe faltava.

"Começa hoje (domingo) e não termina até eles chegarem. Vamos continuar mais um pouco. Planejamos recebê-los no aeroporto de Ezeiza e depois faremos uma caravana por onde passarem", garantiu Verónica Silva, professora de 44 anos.

"É um bom time, que nos representou muito bem. O momento maior de comemoração será quando chegarem. Agora estamos esperando, com certeza eles também", disseram as amigas Rosa Rodríguez (63), faxineira, e Adriana Núñez (57), costureira.

Partida lendária

Em um confronto lendário, Messi abriu o placar (23', de pênalti) e Ángel Di María (36') logo ampliou uma vantagem que parecia segura.

Quando o troféu parecia garantido para Messi, de 35 anos e em sua última chance de conquistá-lo, depois de ter sido finalista em 2014, dois gols de Kylian Mbappé (80' de pênalti e 81') determinaram o 2-2 no tempo regulamentar.

A partida foi para a prorrogação e Messi voltou a marcar (109'), um gol que deixou a Argentina mais perto do título. Mas Mbappé reapareceu, respondendo com mais um gol de pênalti no final.

O jovem francês, que completa 24 anos na terça-feira, protagonizou o segundo "hat-trick" da história das finais da Copas do Mundo, depois do inglês Geoff Hurst em 1966 contra a Alemanha (4-2).

"Nós voltaremos", prometeu Mbappé nesta segunda-feira, em uma mensagem no Twitter.

Apesar do vice-campeonato, os 'Bleus' tiveram uma recepção calorosa em sua chegada a Paris nesta segunda-feira, na Praça da Concórdia, onde milhares de torcedores fizeram festa para os jogadores.

A equipe e o técnico Didier Deschamps saudaram as pessoas presentes na emblemática praça da bancada do hotel Crillon, depois de desembarcarem no aeroporto de Roissy no final da tarde.

O que mais posso pedir?

Quis o destino que este confronto de gerações entre o rei dos últimos anos (Messi) e aquele que parece ser o seu sucessor (Mbappé) ocorresse no Catar, país que os uniu como companheiros após a compra do Paris Saint-Germain, onde ambos jogam atualmente.

Messi, que agora está muito bem posicionado para continuar fazendo história como candidato a sua oitava Bola de Ouro, garantiu que ainda quer jogar mais algumas partidas com a seleção argentina.

"O que vai acontecer depois disso?", perguntou-se Messi na zona mista. "Obviamente queria encerrar minha carreira com isso, não posso pedir mais nada", disse.

Messi destacou o quanto lutou na carreira e que a Copa veio "quase no final", em seu quinto Mundial.

"Mas por outro lado, adoro futebol, adoro o que faço (...) E obviamente quero continuar a viver mais alguns jogos sendo campeão do mundo", afirmou.

Após a final, os jogadores desfilaram de ônibus pelos arredores do estádio Lusail.

Se toda a Argentina estava em êxtase, a cidade de Rosario não tinha palavras para descrever a emoção de seus dois filhos prediletos: Lionel Messi e Ángel Di María.

"Se Messi e Di María vierem a Rosario para comemorar, ficaremos felizes, mas eles têm o direito de fazer o que quiserem. Não nos devem nada", comentou Micaela Lourdes, 20 anos, que assistiu ao jogo com a mãe.

O novo título da seleção argentina soma-se aos conquistados em 1978 e 1986, após 36 anos, com duas finais perdidas pelo caminho (1990 e 2014).

A França, por sua vez, disputou a quarta final nas últimas sete edições, mas segue com dois títulos (1998 e 2018) com duas finais perdidas (2006 e 2022).

Vestido com uma túnica preta, típica do mundo árabe, Messi ergueu a taça, fazendo explodir de alegria o majestoso estádio do Catar, onde boa parte dos 88.966 torcedores torceu para que ele conquistasse seu primeiro título mundial.

Sua esposa, Antonella Roccuzzo, e seus filhos Thiago, Mateo e Ciro se juntaram a ele na comemoração no gramado. O início dos festejos sem prazo para acabar.

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