Da Estadão Conteúdo
Vítima de racismo no último domingo, Vinícius Júnior será homenageado pelo Real Madrid na partida contra o Rayo Vallecano, no Santiago Bernabéu, nesta quarta-feira (24). Chamado de "macaco" pela torcida do Valencia, o atacante será ovacionado no minuto 20 - em referência ao número de seu uniforme - pelas tribunas da casa merengue. A informação é do jornal espanhol As.
A ideia de Florentino Pérez, presidente do clube, e do Real Madrid é usar a partida desta quarta como uma oportunidade para honrar o legado do atacante na Espanha e uma reparação pelos ataques racistas sofridos desde que chegou à Espanha, em 2018. No 20º minuto da partida, torcedores ecoarão palavras de ordem contra o racismo e o nome de Vinícius Júnior.
Expulso no duelo com o Valencia, o brasileiro não estaria em campo, mas a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) decidiu anular o cartão vermelho e argumenta que a imagem enviada pelo VAR ao árbitro da partida para avaliar o lance foi "totalmente parcial e determinante para o erro do árbitro na avaliação do ocorrido e, com isso, para a injusta expulsão do jogador, transformando a vítima em agressor". Segundo o texto, a arbitragem ignorou que o jogador foi agarrado pelo pescoço pelos jogadores Hugo Duro e Mamardashvili.
O entendimento do clube e de Florentino Pérez é de que o sofrimento de Vinícius vai além do futebol. Aos 22 anos, e em um país estrangeiro, o atacante merece todo o apoio possível.
Além disso, o Real acredita que o ódio direcionado ao brasileiro foi alimentado pela passividade da opinião pública e dos órgãos oficiais diante da situação. Nesta semana, após o caso de racismo na partida contra o Valencia, sete envolvidos em episódios de ataques a Vinícius Júnior foram presos. De acordo com a LaLiga, o atacante foi alvo de racismo em dez jogos até hoje.
Vinícius Júnior chegou até, após a partida contra o Valencia, a cogitar deixar a Espanha. Ele estuda conceder uma entrevista coletiva em breve, para repetir as reclamações e os protestos contra a discriminação racial na Espanha. Ele pretende manter o posicionamento contra os ataques racistas, inclusive com críticas aos dirigentes da LaLiga, em especial ao presidente Javier Tebas.