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"Se o Sport passa da gente seria campeão da Libertadores", diz pentacampeão Mundial

Em entrevista ao podcast "Pod Porco", o goleiro Marcos contou os bastidores da classificação palmeirense em cima do Sport, na Ilha do Retiro, nas oitavas de final da Libertadores de 2009

Cadastrado por

Filipe Farias

Publicado em 23/06/2023 às 19:58 | Atualizado em 26/06/2023 às 20:20
Goleiro Marcos, em participação no 'Pod Porco', disse que o Sport poderia ser campeão da Libertadores 2009 - Reprodução do YouTube

"Eu acho até hoje que se o Sport passa da gente seria campeão da Libertadores". Quem afirmou isso foi o goleiro Marcos, pentacampeão Mundial, que defendia o Palmeiras. Na Copa Libertadores da América, de 2009, Sport e Palmeiras caíram na mesma chave, o Grupo 1, ao lado de Colo-Colo (Chile) e LDU (Equador), com os rubro-negros terminando a primeira fase como líder do grupo, com três pontos a mais que os palmeirenses.



Entretanto, apesar da boa campanha na competição internacional, o Sport não conseguiu vencer o Palmeiras nos dois jogos da fase de grupos - perdeu na Ilha do Retiro, por 2x0, e empatou no antigo Palestra Itália (Parque Antártica).

Nas oitavas de final, calhou de Sport e Palmeiras se encontrarem novamente em fase de mata-mata. No ano anterior, em 2008, os rubro-negros foram campeões da Copa do Brasil, as duas equipes também se enfrentaram nas oitavas, com o primeiro jogo terminando empatado em 0x0 e, na volta, na 'La Bombonilha', o Leão atropelou a equipe paulista por 4x1.

Diante do trauma causado nos confrontos contra a equipe pernambucana, o goleiro Marcos relembrou em participação no podcast "Pod Porco", os bastidores do jogo que eles conseguiram eliminar o Sport da Libertadores de 2009.

"Eu gostava muito dos jogos contra o Sport. Teve uma vez que a Mancha Verde (torcida uniformizada) foi lá (no Centro de Treinamento) e trancou o portão. Passaram o cadeado. A gente estava freguês do Sport. Só tomando taca. Isso foi na Libertadores de 2009. Eles (torcedores) me chamaram para conversar e foi aquela cobrança, que tínhamos de ganhar (jogo de volta das oitavas de final, na Ilha do Retiro). Na hora, eu falei para eles que estava tranquilo, que íamos atropelar o Sport. Tínhamos vencido o primeiro jogo por 1x0 e lá era só segurar o resultado. Eu pensei o seguinte: vamos lá, faz um golzinho e acabou. Segura todo mundo lá atrás e acabou o jogo", relembrou Marcão.

Apesar da confiança demonstrada para os torcedores palmeirenses, o goleiro palmeirense sabia o que eles esperavam no estádio da Ilha do Retiro. "Chegamos lá e nem concentramos no Recife, concentramos longe para não ter problemas de fogos (na porta do hotel), essas coisas. Aí no dia do jogo, a gente chegando (no estádio), os torcedores tacando fogo no busão, quebrando vidraça, a gente tudo deitado no chão, alguns falando que ia ficar cego (por conta dos estilhaços de vidro)... Foi aquela pressão", contou.

O pentacampeão Mundial sabia que, diante da qualidade técnica do time do Sport e da força da torcida na Ilha, os pernambucanos era um dos favoritos ao título da Libertadores daquele ano. "Eu acho até hoje que se o Sport passa da gente seria campeão. É porque nós tivemos uma noite muito brilhante naquele dia. O Sport em casa era muito forte. A gente não conseguia falar com o outro jogador a três metros de distância. Eu não conseguia nem falar com meu zagueiro para fazer alguma coisa, porque a torcida ficava em cima fazendo barulho. Lá também tinha os batuques (a tradicional charanga), era aquela pressão em cima da gente", descreveu.

"Os caras vinham, eu pegando a bola de um lado, do outro, de cotovelo, no calcanhar, a bola saia... E eu pensando: a Mancha Verde vai matar nós. Eu falei para os caras que a gente estava voando", disse Marcão aos risos. "A gente não conseguia passar do meio de campo, pois foi pressão o jogo inteiro. Sabe aquele jogo que quando termina parece que um trator passou em cima das suas costas, foi nesse dia. Acabei o jogo morto", confessou o goleiro Palmeirense.

PENALIDADES

No tempo normal, vitória do Sport por 1x0, gol do ex-atacante Wilson (se o Sport tivesse vencido por dois gols de diferença, tinha avançado). "Aí foi para os pênaltis e eu gostava. Se você pega o primeiro, a chance de pegar dois, três é grande. Aí Luxemburgo perguntou: Marcão, você bate um pênalti? Disse a ele: professor, nem fale isso para mim, porque pênalti que eu tenho de bater, não vou nem pular para pegar os meus de tanto que vou pensar que tenho de fazer o gol", contou aos risos a resenha antes das cobranças do tiro livre direto.

"Mas, para dar moral para os caras baterem, eu falei: uns três eu pego hoje. Sendo que eu falei só para deixar os caras tranquilos. Não sabia que ia pegar três", disse Marcos. O resultado das penalidades foi 3x1 para o Palmeiras, que avançou às quartas de final. "Os caras (do Palmeiras) bateram bem. E, nos pênaltis, acho que a pressão é pior para os donos da casa, de bater na frente da sua torcida", frisou.

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