A expectativa era garantir uma vaga para a final na Olimpíada de Paris-2024, mas o conjunto do Brasil de ginástica rítmica terminou a fase classificatória, disputada nesta sexta-feira, na nona posição. Somente as oito melhores equipes avançaram à final. O desempenho brasileiro foi prejudicado por uma lesão sofrida por Victória Borges no aquecimento.
O Brasil teve 60,900 de pontuação e o Azerbaijão, que conquistou a oitava e última vaga, conseguiu 62,000. O conjunto brasileiro comandado pela técnica Camila Ferezin teve um bom começo de competição. As ginastas se apresentaram na primeira série, a de cinco arcos, com a música "I wanna Dance with Somebody", interpretada por Whitney Houston e Thalita Pertuzatti, e registraram a quarta melhor nota (35,950), atrás apenas de Itália, Bulgária e França.
LESÃO DE VICTÓRIA
No aquecimento para a série mista, porém, Victória Borges sentiu uma dor aguda na panturrilha. De acordo com o médico Rodrigo Sasson, a lesão limitou a capacidade de força para a segunda etapa da competição. Logo no começo da apresentação foi possível ver que Victória não acompanhava as companheiras em movimentos de maior complexidade. Ao final da série, ela desabou em lágrimas, foi consolada pelas treinadoras e colegas de equipe, saiu mancando e foi carregada. "O nosso sonho era uma final, mas a gente só fez isso, só deu o nosso máximo. Mas hoje era isso que ela tinha para dar, ela estava com muita dor", completou Duda.
O conjunto formado por Duda Arakaki, Deborah Medrado, Nicole Pircio, Sofia Madeira e Victória terminou a segunda série, que envolve fitas e bolas, com 24,950, nota superior apenas à da Alemanha, que teve 23,650. Com a soma das duas séries, o Brasil não conseguiu ficar entre os oito classificados para a disputa de medalha.
"Quando a gente desceu para a última quadra, faltando 10 minutos para entrar, ela sentiu uma dor muito forte da panturrilha, o médico desceu, deu toda a assistência. Ela não estava aguentando fazer muita coisa, ela foi muito guerreira", afirmou Duda para a TV Globo.
HOMENAGENS
As apresentações das brasileiras fizeram homenagens ao País e a ícones como a Pelé, Rebeca Andrade e Gisele Bündchen. A apresentação havia estreado na Copa do Mundo da modalidade, disputada em Atenas, em março deste ano. O conjunto tem como trilha sonora a clássica "Aquarela do Brasil", de Toquinho, junto de "Amarelo, Azul e Branco", de Anavitória e Rita Lee, além de "Bruninho Team Song", música feita por Bruno Mars após passagem pelo País e "Samba do Brasil", do grupo de eurodance alemão Bellini, originalmente de 1997, mas relançada em 2014, em homenagem à Copa do Mundo 2014 e à Olimpíada do Rio-2016.
"A gente tem uma identidade brasileira muito forte, sobretudo na parte artística, elemento que vem sendo mais valorizado no código de pontuação da Federação Internacional. Adicionamos também mais dificuldades com o objetivo de fazer a diferença na nota final. Mas a grande novidade é que trouxemos um mix de músicas brasileiras. Nossa ideia é mostrar a brasilidade, toda a ginga, toda a alegria do povo brasileiro nessa nova coreografia", explicou a técnica da seleção, Camila Ferezin, na época.
Um trecho da apresentação tem passo que simulam um desfile, em referência à modelo Gisele Bündchen. Outro movimento é o mesmo que Rebeca Andrade faz na apresentação de solo quando começa a tocar a música "Baile de Favela". Já a homenagem a Pelé é com um soco no ar, como o Rei comemorava seus gols.