Klisman Gama
Publicado em 07/08/2020 às 19:40
O Náutico deixou para trás as eliminações no Estadual e Copa do Nordeste. Agora, é Série B. Estreia que traz a oportunidade de virar a chave e dar início a uma boa fase. Porém, diante de desconfiança, o técnico Gilmar Dal Pozzo esboça algumas mudanças mudanças em relação à equipe que perdeu para o Santa Cruz no dia 29 de julho.
A primeira mexida deve vir na defesa. Apto para jogo há pouco mais de duas semanas, o zagueiro Camutanga deve ganhar uma vaga entre os titulares e voltará a jogar depois de 11 meses longe dos gramados. Totalmente recuperado de uma lesão no joelho, ele deve formar dupla com Carlão, que vem se destacando, e é umas das alternativas buscadas pelo comandante para dar uma maior estabilidade defensiva à equipe.
No meio-campo, com a lesão do volante Jhonnatan, existe a dúvida sobre o seu substituto. Os principais cotados são Wagninho, Djavan e Lucas Paraíba. O primeiro tende a ganhar a posição, por ter sido destacado pelo próprio treinador como um atleta com características semelhantes às do companheiro de equipe. Na armação, Jorge Henrique deve ser mantido mais uma vez, principalmente pelo bom momento vivido. O meia Jean Carlos deve ficar no banco de reservas para ser acionado no segundo tempo, enquanto não está 100% fisicamente.
"Hoje temos à disposição Rhaldney, Djavan, Lucas (Paraíba) e Wagninho. O Josa ainda está em recuperação. O Jhonnatan, nessa questão, é um atleta que flutua, tem qualidade de jogo, se aproxima dos atacantes, faz essa transição defensiva e ofensiva. Para o jogo, temos esses quatro atletas. Temos o Lucas e o Wagninho, que são mais segundo volante, este último mais parecido com o Jhonnatan. O Lucas é um jogador mais técnico, de construção, que tem mais facilidade de se aproximar dos atacantes. Os outros (Rhaldney e Djavan) têm mais características de contenção. Tenho à disposição esses quatro atletas e, se entendo que dois jogadores se completam, vão para esse jogo", explicou Dal Pozzo.
O ataque do Náutico também deve ser mexido. O trio de ataque formado por Thiago, Kieza e Erick não engrenou, e este último deve acabar perdendo a vaga. Vindo por empréstimo do Braga-POR, Erick já disputou 18 jogos desde que retornou e marcou somente um gol. O desempenho não esteve perto de lembrar o potencial que ele sempre demonstrou ter. Precisa de mais e, pela necessidade de mudança, Dadá Belmonte, recém-chegado ao Timbu, deve ser acionado na ponta-esquerda. O atleta recebeu vários elogios de Gilmar Dal Pozzo e recebeu o status de "reforço de peso" na ótica do treinador.
Um dos cuidados tomados pela comissão técnica é com a parte mental da equipe para a estreia. O psicológico poderia estar, de alguma forma, abalado pelas eliminações, mas ocorreu o contrário. O plantel quer responder com uma vitória na estreia da Série B.
"Tem alguns momentos que o técnico tem que fazer a intervenção quando julgar necessário. Nesta semana não fiz nenhuma porque julguei que eles tiveram uma reação muito boa depois do jogo contra o Santa. Eles saíram revoltados e com indignação por termos caído da competição. É o mesmo sentimento do torcedor, da direção. Foi uma semana boa de trabalho, estamos muito confiantes, vamos degustar a série B mas entrar com ambição. Não só degustar. É aproveitar mas entrar com ambição para buscar nossos objetivos", concluiu.
O Avaí chega nesta Segundona com o propósito de voltar logo para a Série A e também buscar o título da divisão de acesso. Rebaixado na última temporada, o time catarinense chega com um grande investimento em jogadores experientes, com rodagem em grandes clubes do país. Porém, o insucesso nas competições que disputou até o momento aumenta pressão sobre a equipe azulina. Depois de dois técnicos demitidos, o português Augusto Inácio e Rodrigo Santana, o Leão da Ilha recorreu a um velho conhecido. Geninho.
Com passagens por Náutico e Sport em Pernambuco, o comandante assume o Avaí pela terceira vez. Anteriormente, conquistou dois acessos pelo time catarinense, em 2014 e 2018. De volta, Geninho pega a equipe em um momento turbulento no ano e será o responsável para buscar a estabilidade. Anunciado no último domingo (2), ele foi apresentado na terça-feira (4) e teve pouco tempo para treinar o grupo. Porém, a ideia do técnico é manter boa parte da escalação, realizando poucas mudanças em peças, mas mexendo, principalmente, na postura.
Geninho busca um Avaí menos burocrático em campo. Quer um time mais veloz, agudo, que agrida o adversário e seja mais eficiente no ataque. Na temporada, O Leão da Ilha entrou em campo 13 vezes, venceu cinco, empatou três e perdeu cinco, com 13 gols marcados e a mesma quantidade de tentos sofridos. O principal desfalque para encarar o Náutico é o atacante Rildo, de 31 anos, por conta de uma lesão de grau dois na coxa. Por outro lado, deve contar com o atacante Renato, revelado pelo Sport, e o zagueiro Rafael Pereira, ex-Náutico.
Os jogos que completam a rodada serão Juventude x CRB, Operário-PR x Figueirense, Vitória x Sampaio Corrêa, Cruzeiro x Botafogo-SP, CSA x Guarani, Ponte Preta x América-MG e Oeste-SP x Chapecoense.
Avaí
Lucas Frigeri; Arnaldo, Rafael Pereira, Airton e Capa; Ralf, Bruno Silva e Valdívia; Renato, Gaston Rodríguez e Jonathan. Técnico: Geninho.
Náutico
Jefferson; Hereda, Carlão, Camutanga e Wilian Simões; Rhaldney, Wagninho (Lucas Paraíba), Jorge Henrique, Thiago e Dadá Belmonte; Kieza. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
Local: Estádio Ressacada, em Florianópolis. Horário: 19h. Árbitro: Alexandre Vargas Tavares (RJ). Assistentes: Andrea Izaura Maffra e Thiago Gomes Magalhães (ambos RJ).