Assim como os co-irmãos, o Sport vem adotando a ideia de jogo virtual durante a paralisação do futebol causada pela pandemia do novo coronavírus. Após reviver a final do Campeonato Brasileiro de 1987, o Leão agora adota a final da Copa do Brasil de 2008, o último título nacional conquistado pelo rubro-negro. Uma campanha que teve de tudo. Hat-trick de Romerito, gol decisivo de Durval, Magrão batendo pênalti e até profecia de Carlinhos Bala na final.
Após eliminar o Imperatriz e Brasiliense nas duas primeiras fases, o Sport encontrava o primeiro gigante pelo caminho. Era o Palmeiras, do então técnico Vanderlei Luxemburgo e recheado de bons jogadores - um deles era o meia e hoje ídolo do Leão, Diego Souza. Na partida de ida, um 0x0 em São Paulo, com uma atuação fantástica de Magrão. Ou seja, com esse resultado, o Sport dependia apenas de uma vitória simples na Ilha do Retiro para avançar de fase. No entanto, conseguiu mais do que isso.
Em uma Ilha do Retiro lotada, o Sport triturou o Palmeiras. Com três gols e uma assistência do meia Romerito, o Leão goleou os paulistas por 4x1 e conseguiu a classificação às quartas de final com autoridade, despachando o que muitos na época rotulavam de melhor time do país. Uma atuação irretocável do meia Romerito, que já vinha sendo decisivo para o Leão.
Após eliminar o Palmeiras, o Sport enfrentaria outro candidato. Nas quartas de final, seria o Internacional, campeão do mundo dois anos antes diante do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. No jogo de ida, no Beira-Rio, 1x0 para os Colorados, com gol do meio-campista Alex. Para eliminar o então favorito, o Leão precisaria vencer por dois gols de diferença em seus domínios.
No jogo de volta, com uma Ilha do Retiro lotada, o Leão abriu o placar logo no início do jogo com Leandro Machado. No entanto, tomou o gol de empate ainda no primeiro tempo. Era a primeira vez naquela competição que o Sport ia para o intervalo sem vencer parcialmente. No segundo tempo, o Rubro-Negro fez o segundo com Roger, após excelente jogada de Carlinhos Bala.
Aos 33, quando o Sport estava com um homem a menos - Luciano Henrique havia sido expulso -, um lance que muda a trajetória rubro-negra. O zagueiro Durval, que não era acostumado a bater falta, resolveu bater. O camisa soltou uma bomba indefensável para o goleiro Clemer, fazendo o gol que seria o da classificação rubro-negra, eternizado na narração de Roberto Queiroz, o Garganta de Aço, como o gol do 'é cacete'.
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Após eliminar Palmeiras e Internacional, o Sport enfrentaria o Vasco na semifinal. Diferentemente das outras fases, o Leão não iria decidir a vaga na Ilha do Retiro. No primeiro jogo, em seus domínios, vitória rubro-negra por 2x0, com direito a um golaço de Daniel Paulista. Na partida de volta, o clube carioca devolve o placar, com um gol de Edmundo nos acréscimos aproveitando um rebote de Magrão.
Nos pênaltis, Edmundo, que havia marcado o segundo gol do Vasco, perde pênalti. E ele foi o único a perder pelo lado vascaíno. Enquanto o Sport converteu todas as suas cobranças, com direito até Magrão ter convertido um dos pênaltis. Na cobrança final, Carlinhos Bala colocou o Leão na final da Copa do Brasil após 19 anos.
Após eliminar três gigantes do futebol brasileiro, o Sport tinha mais um pela frente para ser campeão nacional após 21 anos. Era o Corinthians, que, na época, amargava a segunda divisão. Na partida de ida, em um Morumbi lotado, o Sport foi para o intervalo perdendo por 2x0. E o que estava ruim ficou ainda pior após Acosta, ex-Náutico, fazer 3x0 para o clube paulista. Porém, já no fim do jogo, o atacante Enilton, que havia entrado durante a etapa final, diminuiu para o Sport.
Gol que foi responsável por uma profecia de Carlinhos Bala. No fim do jogo, ao ser perguntado sobre a importância daquele tento, Bala disse que, na visão dele, era o gol do título. Os dias foram passando e a declaração foi ganhando ainda mais força, motivando aqueles rubro-negros que esgotaram os ingressos das bilheterias em apenas oito horas.
Com a bola rolando, Carlinhos Bala mostrou porque estava certo. Aos 34 minutos, ele recebeu um ótimo passe de Luciano Henrique, dominou no peito e bateu sem chances de defesa para o goleiro Felipe. Ainda faltava um para a glória máxima, que veio aos 37, com gol de Luciano Henrique. A partir daí, foi só o Sport segurar o placar e conquistar pela segunda vez o Brasil em sua história.