Não tem sido tarefa fácil na pré-campanha de Sergio Moro (Podemos) à Presidência achar soluções práticas e rápidas à constatação do surgimento de uma onda antilavajatista no debate eleitoral deste ano. Apesar de ainda distante do segundo turno, Moro tem sido alvo prioritário de quem vê crime e desvios na condução das investigações na Operação Lava Jato. Temerosos de que a união de adversários consolide o antilavajatismo como tendência e afete o crescimento do ex-juiz nas pesquisas, aliados dele se dividem entre os que esperam que Moro fale de forma clara sobre o impacto da corrupção na vida pública e os que o aconselham apenas a deslocar sua agenda para outros temas.
VIRA O DISCO
"Queremos deslocar o debate para o campo da economia, dos problemas sociais, do desenvolvimento. Sabemos que não dá para escapar desse embate pró e contra a Lava Jato e isso pode ganhar corpo entre políticos", disse o senador Alvaro Dias (Podemos).
AO ATAQUE
"Eles (aliados de Sérgio Moro) têm que estar preocupados. É o momento de mostrar e lembrar os abusos da operação", disse Carlos Lupi, presidente do PDT.
LÁ E CÁ
A operação da Polícia Civil nesta quarta-feira, 5, contra Márcio França (PSB-SP), entusiasta da aliança entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin, foi criticada pelos petistas e também por Ciro Gomes (PDT) e sua "turma". "É o lavajatismo tentando incriminar um concorrente", disse Lupi. Ciro também foi alvo de ação, da Polícia Federal, em dezembro, e se defendeu na mesma linha.
CALMA LÁ
Coube ao deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) acalmar os ânimos, em áudio a que a Coluna teve acesso, numa discussão entre o seu colega de Câmara Carlos Jordy (PSL-RJ) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República.
EM PÚBLICO?
Silveira pediu para que um entrevero público entre Jordy e Carlos sobre apoio do presidente Bolsonaro a deputados e senadores, fosse retirada de páginas gerenciadas por seus apoiadores.
DEIXA DISSO
"Não compensa esse tipo de antagonismo. Quer brigar? Vai pra dentro da cozinha, tampa na porrada com o desafeto, no final, dá a mão e sai de mão dada para o público, para mostrar unicidade", disse Daniel Silveira no áudio. "A última coisa que o presidente Bolsonaro precisa é de briga entre sua base".
NÃO OLHE...
Não bastasse a intensa pressão da oposição e até do Supremo sobre Augusto Aras, o PGR terá pela frente neste 2022 um grande desafio interno: o descontentamento do Ministério Público Federal com o Poder Executivo.
...PARA CIMA
Em privado, procuradores dizem que Aras tem de enviar a Bolsonaro a fatura capaz de garantir a "recomposição salarial" da categoria. Aras é acusado de fazer vista grossa aos desmandos do presidente.
PRONTO, FALEI!
Elena Landau
Economista
"A campanha do PT tem slogan pronto: 'Queridos, encolhi a Dilma'", sobre Guido Mantega ter omitido os anos Dilma ao apresentar diretrizes de Lula para a economia.