Os índices de obesidade e sobrepeso triplicaram desde 1975, conforme dados da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde, a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas.
Uma opção para as pessoas que estão acima do peso é realizar uma cirurgia bariátrica, quando os outros tratamentos já não são mais eficazes.
O Conselho Federal de Medicina define que o paciente deve ter mais de 5 anos da obesidade, com insucesso no tratamento com remédios, dieta e exercícios físicos por, pelo menos, 2 anos. Além disso, o IMC (Índice de Massa Corpórea), deve estar acima de 40, ou com mais de 35, desde que tenha mais alguma doença relacionada a obesidade, entre elas: diabetes, hipertensão, colesterol alto, acúmulo de gordura no fígado, apneia do sono e roncos.
"A cirurgia bariátrica é ainda o melhor método de emagrecimento sustentável, no qual o paciente mantém a perda de peso necessária para uma vida saudável, principalmente para os grandes obesos", destaca Fábio Revoredo, médico do Hospital Jayme da Fonte.
Como é realizada a cirurgia bariátrica
Os principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida pode ser realizado a partir de diversas técnicas cirúrgicas, as principais são Sleeve Gástrico e Bypass Gástrico.
Com a técnica Sleeve Gástrico "cerca de 80% do estômago é retirado e resta um novo estômago de espessura pequena, restringindo o volume de comida e agindo de forma metabólica e neurossensorial", destaca o profissional do Hospital Jayme da Fonte.
Já no método Bypass Gástrico, um novo estômago, pequeno, é criado. Ele se comunica com um segmento do intestino, levando a uma restrição da quantidade de alimento ingerida, diminuindo assim a absorção de alimentos, porque o alimento percorre um caminho menor para a absorção intestinal.
Diante a evolução no entendimento do metabolismo da obesidade, novas técnicas devem entrar em vigor ainda esse ano, em especial para pacientes que tenham o reganho de peso - cirurgia revisional - como atrativo para um tratamento ainda mais eficiente para a perda de peso, controle metabólico da diabetes, da fome e da saciedade.
A cirurgia bariátrica teve um avanço significativo nos últimos 10 anos, mostrando-se eficaz e segura. A técnica robótica, que é minimamente invasiva, pode prover a visão em 3D, diminuindo a quantidade de sangramentos e complicações. Além disso, são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo.
Vale salientar que a cirurgia por si só não é milagrosa para a obesidade. É necessária uma equipe médica antes e depois do processo.
Integração de especialistas
O tratamento para obesidade e sobrepeso parte da integralidade de profissionais de saúde, porque é considerado uma doença multifatorial, onde o paciente passa por uma grande alteração de rotina corporal e alimentar, exigindo do paciente disciplina, autocuidado e conhecimento sobre o próprio corpo.
Durante o processo da cirurgia bariátrica, o paciente conta com o suporte de endocrinologista, psicólogo, nutricionista, educador físico e acompanhamento contínuo do cirurgião bariátrico.
Recuperação da cirurgia bariátrica
A alta do paciente após a cirurgia bariátrica é considerada precoce. "O paciente já anda quatro horas após o procedimento, com alta de 24 a 48 horas", ressalta Fábio Revoredo.
A recuperação segue em casa. Podendo dirigir a partir de uma semana do procedimento e fazer atividades físicas aeróbicas na academia, em geral, após 30 dias. Mas, vale destacar que cada caso é único e deve ser liberado a partir da evolução do tratamento.
A obesidade é considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma doença crônica e progressiva, por conta disso "o doente não pode parar de pensar em seu emagrecimento e em como estar melhor no dia seguinte", diz o médico do Hospital Jayme da Fonte.
Manter-se no foco para a melhora pode aumentar a expectativa de vida do paciente. "Há estudos que mostram que obesos vivem até 7 a 9 anos menos que uma pessoa não obesa", finaliza o especialista.