Mesmo diante do crescimento da oferta e da demanda por imóveis fora da Zona Sul do Recife, o principal bairro da região segue tendo uma predileção das incorporadoras, investidores e compradores de imóveis para fixar moradia. Levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), com base em dados da GeoBrain, aponta que o bairro de Boa Viagem registrou um aumento de quase 100% no número de unidades ofertadas, mesmo diante da elevação dos preços e disputa diversificada com os demais bairros da cidade.
Considerado pela pesquisa ainda como "um dos lugares mais cobiçados para se viver na cidade, pela localização privilegiada e infraestrutura completa", o bairro de Boa Viagem teve um aumento do número de empreendimentos na faixa dos 57% em um ano (2022 a 2023). Isso elevou o total de unidades na região em 95%, mesmo diante de um preço médio por metro quadrado alavancado em 10% e um Valor Geral de Vendas (VGV) médio por unidade com aumento de 29%.
DO ECONÔMICO AO LUXO
"Tanto o mercado de luxo quanto o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) estão em alta, demonstrando a capacidade do mercado em atender diferentes faixas de renda e necessidades. No segmento de luxo, há uma demanda crescente por imóveis bem localizados e com infraestrutura completa, enquanto o MCMV continua a ser essencial para a oferta de habitação acessível. Essa dinâmica do mercado ressalta o potencial de crescimento contínuo da região," afirma Luiz França, presidente da Abrainc.
Boa Viagem segue atraindo compradores de alto padrão e contribuindo fortemente com a dinâmica do mercado imobliário local, mesmo com o crescimento de novas áreas na cidade. "O bairro de Boa Viagem destacou-se no 1° semestre de 2024 como um polo de valorização imobiliária, combinando um
alto VGV médio e preço elevado por m2. Essa valorização reflete uma demanda aquecida e a percepção do bairro como uma área de prestígio e alta qualidade de vida", aponta a Abrainc.
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DIVERSIFICAÇÃO DE MORADIAS
Mas não é apenas Boa Viagem que vem apresentando crescimento dentro do Recife. Nos últimos dois anos, o mercado como um todo cresceu 10% na valorização do metro quadrado, em paralelo a um VGV com aumento de 14%. Em toda a cidade, a maior concentração do VGV médio vendido foi no segmento Luxo (43%), seguido pelo segmento Econômico (37%) e pelo segmento Médio e Alto Padrão (20%).
Na média da capital pernambucana, segundo o levantamento da Abrainc, o preço do metro quadrado no Recife ficou em R$ 9.744,36 ao fim do primeiro semestre de 2024. Em 2023, a média foi de R$ 9.658. Em Boa Viagem, o metro quadrado médio foi de R$ 13.185,87 nos primeiros seis meses deste ano.
"Bairros tradicionais como Boa Viagem e Madalena mostram forte valorização, com altos valores de VGV e preços elevados por metro quadrado. Esses bairros permanecem como áreas de alto valor imobiliário, atraindo investimentos robustos e um público de maior poder aquisitivo", pontua a Abrainc.
Por outro lado, a associação identifica o bom momento do mercado disseminado por toda a cidade e segmentos, já que bairros com "alta densidade de unidades e preços mais acessíveis por metro quadrado estão se expandindo para atender uma demanda possivelmente crescente por habitação acessível, especialmente entre as classes média e baixa".
Os chamados "bairros emergentes" estão conseguindo alcançar uma boa fatia do investimento imobiliário. "O preço médio do metro quadrado variou significativamente entre os bairros, com valores que vão desde R$ 5.181 até R$ 13.185. Essas flutuações indicam a diversidade de mercado e a existência de nichos específicos que atendem diferentes demandas e faixas de renda".