Boris Johnson se recupera do coronavírus antes de decisão sobre confinamento

Nesta semana, seu governo deve decidir sobre a extensão do confinamento
AFP
Publicado em 13/04/2020 às 11:24
Boris Johnson anunciou que introduziria nesta terça-feira (22) novas sanções "significativas" contra a Rússia Foto: Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP / POOL


O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está em uma casa de campo se recuperando do coronavírus, no primeiro dia da semana em que seu governo deve decidir sobre a extensão do confinamento para conter uma epidemia que deixou mais de 10.000 mortos no Reino Unido.

Depois de uma semana difícil no hospital Saint Thomas, em Londres, onde passou vários dias em terapia intensiva, o líder conservador de 55 anos chegou a Chequers no domingo (12), cerca de 50 quilômetros a noroeste de Londres.

Foi nesta mansão do século XVI, de tijolos vermelhos, residência de campo dos chefes de governo desde 1921, que ele começou sua recuperação, ao lado de sua companheira grávida, Carrie Symonds.

"O primeiro-ministro está dedicado à sua recuperação. Não está trabalhando no momento", disse um porta-voz de Boris Johnson.

A gestão da crise cabe, portanto, ao governo, sob a liderança do ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

"Vamos derrotar o coronavírus e vamos vencê-lo juntos", declarou Johnson no domingo (12), em um vídeo filmado assim que chegou à residência onde seu glorioso predecessor Winston Churchill passou vários Natais.

Embora o Reino Unido seja agora um dos países mais afetados da Europa, tendo passado da trágica marca de 10.000 mortes causadas pela doença, seu governo terá qde decidir nos próximos dias uma possível extensão do confinamento, decretado em 23 de março por três semanas.

"Deixe-me esclarecer, para que ninguém tenha ilusões: é pouco provável que a revisão das medidas de contenção resulte no levantamento das restrições em um futuro próximo", disse nesta segunda a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, em um discurso oficial.

"As medidas que estamos tomando estão funcionando, mas precisamos cumpri-las", ressaltou.

As autoridades britânicas afirmaram que devem esperar até que o pico da pandemia seja ultrapassado para suavizar as medidas em vigor.

E, se essa primeira extensão, da ordem da formalidade, for decidida sem Boris Johnson, o líder acabará por abordar a espinhosa questão do levantamento do confinamento e de suas modalidades. O assunto divide a cúpula do governo.

De acordo com o jornal conservador "The Times", o governo agora está dividido em dois grupos. No primeiro, estão ministros partidários de um curto período de confinamento, até maio. Entre eles, o ministro do Interior, Priti Patel; o das Finanças, Rishi Sunak; e do Comércio, Alok Sharma. No outro, estão aqueles que pedem uma extensão das medidas para além de mais três semanas, como o ministro da Saúde, Matt Hancock.

Sob condição de anonimato, um ministro explicou ao jornal que é importante não causar "mais danos", prolongando "desnecessariamente" um confinamento com consequências econômicas devastadoras.

Ele também defendeu o relaxamento das medidas após três novas semanas.

Os conselheiros científicos do governo se reunirão nesta terça-feira (14), antes do anúncio oficial do governo na quinta (16).

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