Após lançar cloroquina como solução, Trump deixa de promover o remédio

O silêncio de Trump coincide com a publicação de estudos científicos que questionam a eficácia da cloroquina no tratamento do coronavírus ou apontam efeitos colaterais indesejados
Agência Estado
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Publicado em 16/05/2020 às 7:32
"Me disseram que o prefeito de Nova York Bill de Blasio quer pintar a mítica e bela Quinta Avenida, justo em frente à Trump / Tiffany Tower, com um enorme anúncio amarelo para o Black Lives Matter", tuitou o presidente republicano Foto: MANDEL NGAN / AFP


Donald Trump abraçou a ideia de que a cloroquina seria a solução para a covid-19 e salvaria a economia americana. Em 19 de março, contrariando médicos e especialistas da Casa Branca, ele vendeu a esperança de cura. "Se não sair como planejado, não vai matar ninguém", disse. No entanto, depois que a Fox News, começou a divulgar estudos que atestavam a ineficácia do medicamento, em 21 de abril, o presidente vem evitando o assunto.

Até então, a Fox News, emissora favorita dos conservadores americanos, vinha dando pouca importância aos estudos que já questionavam a droga. O fato de a Fox ter abandonado a cloroquina era um sinal de que Trump também havia desistido da ideia. "Temos muitos bons resultados e temos alguns resultados que talvez não sejam tão bons", respondeu Trump, dois dias depois, em 23 de abril, quando questionado sobre porque parou de defender o uso do medicamento.

O silêncio coincide com a publicação de estudos científicos que questionam a eficácia da cloroquina no tratamento do coronavírus ou apontam efeitos colaterais indesejados. O presidente também foi pressionado pelas acusações de Rick Bright, médico que liderava a agência dos EUA envolvida no desenvolvimento da vacina, que foi afastado após exigir comprovação técnica para adoção do remédio.

O site do jornal Politico fez uma revisão nas coletivas e da cobertura do assunto e concluiu, no dia 20 de abril, que "Trump e a mídia conservadora reduziram sutilmente a defesa da cloroquina como cura para o coronavírus". No Washington Post, a mudança foi retratada como "a ascensão e a queda da obsessão de Trump com a hidroxicloroquina".

O desencontro entre Trump e a ciência ficava evidente nas coletivas na Casa Branca. Anthony Fauci, médico da força-tarefa criada pelo governo para conter o vírus, era frequentemente questionado sobre a eficácia da droga minutos depois de Trump promover o medicamento. Com o presidente ao lado, Fauci se limitava a dizer que os testes eram, no máximo, "sugestivos", mas que ainda precisavam de confirmação.

A prescrição de cloroquina nos EUA cresceu mais de 46 vezes depois de Trump defender a droga na TV, em março, segundo o New York Times. Duas pessoas morreram após se automedicarem com derivados do remédio. "A cloroquina pode fazer mal a pacientes que já estão em posição vulnerável. Mesmo os mais doentes têm muito a perder com mau uso do medicamento", disse Luciana Borio, ex-diretora do Conselho de Segurança Nacional e ex-cientista-chefe da FDA, agência reguladora de drogas e alimentos nos EUA.

Quando ainda promovia a droga, a Fox levava ao ar histórias de pacientes convictos de que a droga tinha sido a razão de sua recuperação. Os comentaristas da emissora costumavam apontar os "milagres" do remédio, que já vinha sendo criticado publicamente

A realidade bateu à porta no dia 21 de abril, quando a emissora divulgou o estudo mais recente feito nos EUA, que mostrava que a droga não tinha benefícios no tratamento da covid-19. Segundo a ONG Media Matters, que monitora desinformação e acompanha a cobertura da Fox desde março, entre 11 e 15 de abril, o canal mencionou o tratamento 87 vezes. No período seguinte, entre 16 e 20 de abril, o número de menções caiu para 20.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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