Britânicos podem ter acesso a vacina contra o coronavírus a partir de setembro

No entanto, o sucesso da vacina depende da propagação do vírus, que precisa permanecer ativo por um tempo
JC
Publicado em 24/05/2020 às 16:14
Nesta nova fase, voluntários de outras faixas etárias poderão participar, como crianças entre os 5 e 12 anos; e adultos com mais de 56 anos. Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


O presidente executivo da empresa farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, Pascal Soriot afirmou, neste domingo (24), que os britânicos poderão ter acesso a uma vacina contra o coronavírus a partir de setembro, caso os testes clínicos tenham continuidade.

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Pascal fez questão de ressaltar que as vacinas "serão enviadas para os britânicos". "Recebemos um pedido do Governo britânico para fornecer 100 milhões de doses da vacina".

Na última sexta-feira (22), a universidade de Oxford começou a recrutar mais de 10 mil voluntários do Reino Unido para a nova fase de testes clínicos à vacina contra o coronavírus.

A primeira fase foi iniciada em abril e já passou pelo teste de segurança em centenas de pessoas, as duas próximas fases ocorrerão em várias partes do País e irão envolver até 10.260 voluntários de outras faixas etárias, crianças entre os 5 e 12 anos; e adultos com mais de 56 anos.

Os voluntários mais velhos foram excluídos da primeira fase por pertencerem ao grupo de risco pelo índice alto de mortalidade pelo vírus da faixa etária.

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As outras fases têm o objetivo de saber o grau de eficácia da vacina e os potenciais efeitos secundários. Pessoas com maiores exposição ao vírus serão priorizadas no teste, como profissionais de saúde ou atendimento ao público.

A investigação é feita pela universidade de Oxford e recebeu um investimento de 20 milhões de librea (22 milhões de euros) pela formalização da parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

Neste domingo (24), Pascal Soriot afirmou que o acesso dos britânicos a vacina vai depender do trabalho de conclusão dos especialistas, antes que os níveis de transmissão continuem a baixar. Ele admite que a vacina tem de funcionas "essa é uma questão". "A outra é, mesmo que funcione, temos de ser capazes de o demonstrar".

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O investigador e responsável no projeto que está em desenvolvimento da vacina, publicado neste domingo (24), no jornal The Sunday Telegraph, defendeu que a depender da redução da taxa de transmissão do coronavírus na comunidade, os testes em andamento poderão ter apenas 50% de sucesso.

Segundo o professor Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner, caso a propagação do vírus seja muito lenta, não serão infetados voluntários suficientes e o estudo poderá não demonstrar, definitivamente, e se a vacina é eficaz. Ele lembrou que já havia alertado para esta possibilidade, com 80% de sucesso, de ser desenvolvida uma vacina eficaz antes do outono.

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"Mas, no momento, há 50% de chance de não obter resultados. Estamos na estranha posição de querer que o covid-19 permaneça, pelo menos por um tempo. Por esse motivo, os especialistas precisam de avançar o mais rápido possível antes que a doença desapareça para demonstrar que a vacina é eficaz", declarou.

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A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de coronavírus já provocou mais de 342 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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